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Trump: paralisação do governo vai durar até haver acordo sobre muro com o México

O presidente dos Estados Unidos declarou esta terça-feira, 25 de Dezembro, que o "shutdown" parcial dos serviços públicos federais irá manter-se até haver dinheiro para construir o muro ao longo de toda a fronteira com o México.

Reuters
25 de Dezembro de 2018 às 19:34
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No dia de Natal, Donald Trump brandiu uma vez mais a ameaça de uma paralisação sem termo do governo federal. O presidente norte-americano afiançou que o "shutdown" parcial dos serviços públicos irá manter-se até que seja lhe seja dado o financiamento necessário para a construção do muro ao longo da fronteira dos EUA com o México.


A Câmara dos Representantes aprovou na quinta-feira à noite (já sexta-feira em Lisboa, devido à diferença horária de cinco horas para Washington) um pacote orçamental que contempla os 5,7 mil milhões de dólares exigidos por Donald Trump para a construção do muro na fronteira com o México, para satisfação do presidente norte-americano.

No entanto, o Senado não se decidiu pela aprovação de um decreto de lei que contemple uma verba para o muro – o que ditou o fracasso da lei de financiamento federal que iria permitir que os serviços públicos continuassem a funcionar.

 

 Assim, deixa de haver mais dinheiro a partir da meia-noite de sexta-feira nos EUA (5h da manhã de sábado em Portugal Continental – ou seja, entrou-se em "shutdown".

 

Esta paralisação é parcial, visto que parte do financiamento já está assegurado. Com efeito, já tinha havido aprovação prévia de 75% dos fundos para o funcionamento normal dos serviços públicos. Mas os restantes 25% dos programas federais estão sem dinheiro, pelo que se encontram encerrados.

 

Entre estes 25% estão programas dos departamentos da Segurança Nacional, Justiça e Agricultura.

Trump já tinha ameaçado vetar o pacote orçamental, mesmo que fosse aprovado pela Câmara dos Representantes e pelo Senado (as duas casas do Congresso), caso não estivesse contemplada a verba que exige para prosseguir a construção do muro. E na passada sexta-feira advertiu o país para se preparar para um período "muito longo" de paralisação dos serviços. 

 

Hoje, numa videoconferência com as tropas que se encontram no estrangeiro, declarou que não pode afirmar quando é que o governo vai reabrir. "O que posso dizer-vos é que não vai reabrir enquanto não tivermos um muro, uma vedação, o que quer que lhe queiram chamar. Chamar-lhe-ei o que quiserem, mas vai tudo dar ao mesmo. É uma barreira para impedir que as pessoas entrem no país, para impedir que a droga entre no país", sublinhou Trump.

Há quem estime que antes da tomada de posse do novo Congresso - recorde-se que, nas eleições intercalares de Novembro, os democratas recuperaram a maioria na Câmara dos Representantes -, a 3 de Janeiro, não haverá qualquer decisão legislativa. E Trump detém poder de veto sobre o diploma que possa vir a ser aprovado no Congresso.

 

A última vez que houve perigo de "shutdown" foi em Janeiro passado. E aconteceu mesmo, com os serviços públicos do país a paralisarem durante três dias. Ao terceiro dia, os legisladores norte-americanos acabaram por delinear um acordo para a reabertura dos serviços do governo federal.

 

Nas últimas sessões em Wall Street, além de outros factores, também o "shutdown" pesou no sentimento dos investidores – com as bolsas a registarem fortes quedas. A semana passada foi a pior em sete anos, este ano é o pior desde 2008 e este mês caminha para ser o pior Dezembro desde 1931 (em plena Grande Depressão).

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