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Reino Unido aponta o dedo a Putin na morte de ex-espião russo (act.)

O relatório desenvolvido por um juiz britânico conclui que o Presidente russo poderá ter autorizado o envenenamento de Alexander Litvinenko em 2006. O Kremlin sempre negou qualquer relação com o caso.

Bloomberg
21 de Janeiro de 2016 às 10:50
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Uma investigação levada a cabo no Reino Unido concluiu que a morte por envenenamento de Alexander Litvinenko, um antigo oficial russo do KGB, teve "provavelmente" a aprovação do Presidente russo Vladimir Putin e do chefe dos serviços secretos de Moscovo.

"Tendo em conta todas as provas e análises disponíveis (…) concluí que a operação do Serviço de Segurança Federal [ou FSB, a organização de serviços secretos sucessora do KGB] foi provavelmente aprovada por Patrushev [chefe do FSB] e pelo Presidente Putin", refere o relatório feito pelo juiz britânico Robert Owen e divulgado esta quinta-feira.

Litvinenko, um dissidente dos serviços secretos russos, morreu em 2006, dias depois de ingerir uma bebida contaminada com polónio 210 - um elemento radioactivo -  na companhia de outros cidadãos russos, antigos elementos do KGB e do exército.

O ex-agente secreto - que chegou ao Reino Unido em 2000 e colaborou com o MI6, o serviço secreto britânico - ainda chegou a acusar Putin de ter sido responsável pela sua morte, o que foi sempre negado pelo Kremlin. 

Esta manhã, a responsável máxima pela Administração Interna britânica, Theresa May, anunciou o congelamento dos bens dos dois suspeitos da morte de Litvinenko (Dmitry Kovtun e Andrei Lugovoi) e a emissão de mandados internacionais de captura. Os diplomatas russos em Londres serão chamados a conhecer o descontentamento britânico com a recusa em participar nas investigações, assegurou a ministra. Nem a Rússia nem os dois suspeitos aceitaram participar no processo que conduziu ao relatório.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo reagiu entretanto, acusando as conclusões do relatório do juiz inglês de não serem "transparentes" e de terem uma "motivação política", além de "ensombrarem" as relações entre os dois países.

"Lamentamos que um caso puramente criminoso tenha sido politizado e ensombrado as relações bilaterais É óbvio que a decisão (...) foi politicamente motivada", disse a porta-voz oficial do ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova. O mesmo ministério anunciou ainda que o embaixador britânico em Moscovo será chamado brevemente para conhecer a posição do Kremlin, avança a agência Interfax. 

(notícia actualizada às 13:46 com mais informação e reacção das autoridades russas)

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