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Putin ordena retirada das tropas russas da Síria

O presidente russo deu esta segunda-feira instruções ao Ministério da Defesa para iniciar a retirada das forças militares já a partir desta terça-feira. Putin considera que os objectivos definidos foram "genericamente alcançados".

Vladimir Putin: É um aliado de conveniência da Europa contra o autoproclamado Estado Islâmico, mas mantém o seu apoio a Bashar al-Assad.
14 de Março de 2016 às 18:52
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deu ordens ao Ministério russo da Defesa para iniciar já esta terça-feira a retirada das forças militares destacadas em território sírio. Num encontro mantido esta segunda-feira, 14 de Março, com os ministros russos da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, Putin sustentou que os objectivos estabelecidos aquando do início da intervenção militar aérea na Síria, em Setembro último, foram "genericamente alcançados".

 

"Considero que os objectivos estabelecidos pelo Ministério da Defesa foram genericamente alcançados. É por isto que ordenei a retirada da maior parte da nossa presença militar do território da Síria a começar já amanhã [15 de Março]", disse Vladimir Putin citado pelo Russia Today.

 

As declarações feitas por Putin esta segunda-feira no Kremlin surgem na mesma altura em que as conversações, em Genebra, para a paz na Síria foram retomadas com "optimismo" das partes envolvidas. De acordo com a Al-Jazeera, um alto responsável do Governo sírio classificou como "positiva e construtiva" a conversa mantida com o enviado especial das Nações Unidas para a questão síria.


O optimismo foi também corroborado por um dos representantes da oposição ao regime sírio protagonizado por Bashar al-Assad. Salim al-Muslat, do Alto Comité para as Negociações, também disse que o lado da oposição a Assad está "optimista" relativamente ao reinício das conversações de paz de Genebra, embora tenha insistido que a oposição continua intransigente numa solução que passe por uma "transição política sem Assad".

Este é mais um esforço negocial empreedido pelas forças envolvidas no conflito e que está a ser mediado por Washington e Moscovo. O cessar-fogo definido no final de Fevereiro acabou por não ser integralmente cumprido no terreno, com várias acusações de violações ao cessar das hostilidades feitas de parte a parte.

 

Entretanto, a agência Reuters adianta que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que Putin telefonou ao seu homólogo e aliado no Médio Oriente, o presidente sírio Assad, informando-o da decisão de Moscovo. Ainda segundo a Reuters, as indicações dadas por Putin passam também pelo reforço do esforço russo nas negociações de paz hoje retomadas em Genebra.

 

Após cinco anos de guerra civil na Síria, a entrada dos militares russos na contenda que opõe as forças governamentais leais ao regime alauita (ramo do islão xiita) de Assad aos grupos opositores geralmente sunitas, acabou por fazer pender para o lado de Damasco o rumo da guerra.

 

Se antes de Setembro o exército de Assad estava cada vez mais enfraquecido perante os avanços conseguidos pelas forças da oposição, muitas vezes apoiadas militar e financeiramente por países como os Estados Unidos mas também pela Arábia Saudita ou os Emirados Árabes Unidos, a entrada em cena do exército russo na "guerra contra o terrorismo" mudou a sorte da contenda.

 

Contudo, Moscovo foi inclusivamente acusada de não estar propriamente a atacar as posições detidas pelas organizações terroristas que operam na região, nomeadamente o autodenominado Estado Islâmico (EI) ou a al-Nusra (ramo da al-Qaeda na Síria), mas as forças moderadas sunitas de oposição a Assad.

 

Certo é que a resposta afirmativa de Putin ao pedido de apoio militar solicitado por Assad acabou por fazer com que o exército sírio, apoiado pelos meios aéreos russos e pelas forças terrestres dos xiitas Hezbollah (partido libanês) e do Irão, tenha conseguido nos últimos meses impor recuos aos opositores, em especial na cidade de Aleppo, que chegou a ser o bastião dos adversário de Assad.

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