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Primeiros aviões militares russos começam a deixar a Síria

Depois do anúncio inesperado de Vladimir Putin esta segunda-feira, que ordenou a retirada de tropas russas da Síria, os primeiros aviões já levantaram voo e estão de regresso a casa.

Bloomberg
15 de Março de 2016 às 10:43
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Escreve a BBC que as forças russas já começaram a sair da Síria após o presidente russo ter informado esta segunda-feira o Kremlin que deu ordens ao Ministério da Defesa para iniciar a retirada a partir desta terça-feira, 15 de Março.


Vladimir Putin (na foto) disse ao Kremlin que "os objectivos estabelecidos pelo Ministério da Defesa foram genericamente alcançados", pelo que ordenou "a retirada da maior parte da nossa [russa] presença militar" do território sírio.


O movimento coincide com o início das conversações de paz em Genebra e, escreve o The Guardian, serão vistas como um sinal de que a Rússia acredita que já fez o suficiente para evitar o colapso do regime de Bashar al-Assad.

"Vamos ter de aguardar e ver o que isto representa. É Putin. Ele anunciou concessões similares no passado que não se materializaram", disse ao jornal britânico um dos diplomatas presentes em Genebra e que optou por se mostrar cauteloso na avaliação desta decisão do presidente russo.

 

Adianta o The Guardian que Putin e Obama conversaram esta segunda-feira por telefone, com o Kremlin a adiantar que os dois líderes "defenderam uma intensificação do processo para que se encontre uma solução política" para o conflito. A Casa Branca saudou a redução da violência desde o início do cessar de hostilidades, mas "salientou que a transição política é necessária para acabar com a violência na Síria".

"Se houver seriedade na aplicação desta retirada, isso dará um empurrão positivo às negociações", considera Salim al-Muslat, porta-voz do comité de negociações das forças contrárias ao regime de Assad. "Se for um passo sério, vai ser um elemento de pressão sobre o regime porque o apoio russo prolongou o regime", acrescentou, citado pelo The Guardian.

Moscovo vai, todavia, manter a presença militar na Síria, e ainda não foi anunciado um prazo limite para completar a retirada.

O Irão, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, considerou a iniciativa russa "um sinal positivo".

"O facto de a Rússia anunciar a retirada de parte das suas forças indica que estes não antecipam a necessidade de recorrer à violência na manutenção do cessar-fogo [iniciado em Fevereiro]", disse Zarif, citado pelo The Wall Street Journal.

Cinco anos de guerra civil na Síria já custaram pelo menos 250 mil vidas, escreve o The Guardian.

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