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Cessar-fogo na Síria começa este sábado (act)
Moscovo concordou num cessar-fogo na Síria já com efeito a partir deste sábado, dia 27 de Fevereiro. A notícia foi avançada durante a tarde desta segunda-feira pela Associated Press (AP). A decisão excluí o Estado Islâmico.
A Rússia e os Estados Unidos concordaram com um cessar-fogo na Síria a partir da meia-noite deste sábado, dia 27 de Fevereiro, avança a Associated Press esta segunda-feira, 22 de Fevereiro. De acordo com a agência, esta paragem de hostilidades deixa de fora os grupos terroristas do auto-proclamado Estado Islâmico e Frente al-Nusra.
Segundo a Reuters, Vladimir Putin, presidente da Rússia, afirma que este acordo é "um passo para travar o massacre e pode tornar-se um exemplo da acção contra o terrorismo". O líder russo disse ainda ter discutido o acordo ao telefone com o seu homólogo norte-americano, Barack Obama.
Já eram conhecidas as intenções da Rússia, mas não se conhecia ainda uma data oficial, agora confirmada. A 12 de Fevereiro, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry anunciava que as negociações inter-sírias, suspensas no início de Fevereiro devido a uma ofensiva do regime apoiado pela aviação russa, contra os rebeldes, devem "recomeçar assim que possível".
Segundo a televisão Al Jazeera, Washington e Moscovo deverão assinar a proposta até ao meio-dia de sexta-feira, 26 de Fevereiro.
Espera-se que este acordo possa facilitar negociações e um cessar-fogo entre os rebeldes e o Governo sírio.
#SecKerry: I believe We have reached a provisional agreement on the terms of a cessation of hostilities that could begin in the coming days.
— U.S. Embassy Syria (@USEmbassySyria) February 22, 2016
Durante esta segunda-feira, a embaixada norte-americana na Síria dava conta dos desenvolvimentos do encontro. "Estamos a fazer progressos. Estamos mais próximos do que nunca de um cessar-fogo."
#SecKerry: We're making progress; aid is getting through; modalities 4 CoH r being completed. We're close 2 ceasefire today than we've been.
— U.S. Embassy Syria (@USEmbassySyria) February 22, 2016
Entretanto, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, já felicitou as duas partes do acordo. "Segue-se bastante trabalho para assegurar a sua implementação", cita a Reuters.
"As acções militares, incluindo os ataques aéreos, das Forças Armadas sírias, das Forças Armadas russas, e a aliança internacional liderada pelos EUA irão continuar a contra o ISIS [Estado Islâmico], a Frente al-Nusra e outras organizações terroristas designadas pelo Conselho Nacional de Segurança das Nações Unidas", poderá ler-se no acordo.
A decisão segue também a entrada do exército russo nos conflitos sírios, que tem sido frequentemente questionada pelo Ocidente, depois de Moscovo ter alegadamente atacado os opositores do Governo sírio, utilizando o combate ao Estado Islâmico como pretexto, uma vez que é conhecido o apoio do presidente russo Vladimir Putin ao presidente sírio Bashar al-Assad.
A durar há quase cinco anos, o conflito já causou mais de 260 mil mortos e obrigou à fuga de mais de metade da população do país.