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Presidente da República condena lançamento de míssil pela Coreia do Norte
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou esta terça-feira, na Lituânia, o lançamento de um míssil pela Coreia do Norte, afirmando tratar-se de uma violação do direito internacional e de deliberações das Nações Unidas.
"Não posso deixar de condenar energicamente actuações que se traduzam (...) em violações do direito internacional e contra deliberações das Nações Unidas", disse Marcelo Rebelo de Sousa após um encontro com a sua homóloga lituana, Dalia Grybauskaité.
O chefe de Estado português lembrou que "não é a primeira vez que isso [lançamento de mísseis] acontece da parte da República da Coreia do Norte".
"Que fique claro que Portugal não pode deixar de condenar energicamente esse tipo de actuações", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa falava ao lado da Presidente da Lituânia, após um encontro a sós dos dois chefes de Estado, no Clube dos Oficiais de Kaunas.
O Presidente da República visita hoje os 140 militares portugueses em missão na Lituânia, numa deslocação de menos de 24 horas e durante a qual manteve um encontro com a sua homóloga lituana, disse à Lusa fonte de Belém.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se hoje à tarde de emergência em Nova Iorque a pedido de Tóquio e de Washington, na sequência do lançamento de um míssil da Coreia do Norte, anunciaram diplomatas.
A reunião do Conselho de Segurança da ONU foi convocada depois de o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terem acordado, ao telefone, "aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte".
O míssil disparado pelas 06:30 de hoje (23:00 de segunda-feira em Lisboa), a partir das proximidades de Pyongyang, caiu a cerca de 1.180 quilómetros do Cabo de Erimo, na ilha japonesa de Hokkaido, após percorrer mais de 2.700 quilómetros e alcançar o seu 'pico' a aproximadamente 550 quilómetros de altura antes de cair no mar, de acordo com informações do Governo japonês.
Nas suas declarações, Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que Portugal partilha com a Lituânia, relativamente à União Europeia e à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, NATO na sigla em inglês) "os mesmos pontos de vista".
"No quadro da NATO temos visões comuns quanto aos problemas que se colocam no flanco leste e no flanco sul e que exigem um reforço da organização, uma permanente actualização, uma constante reestruturação", disse o chefe de Estado Português.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda que Portugal acompanha "de forma muito atenta questões que têm preocupado a Lituânia nas relações com países vizinhos".
"Sabemos por experiência que em todos os domínios e também no domínio nuclear é muito importante o significado político e o cumprimento dos tratados internacionais", acrescentou.
O chefe de Estado recordou que "Portugal tem participado nos últimos anos com meios aéreos navais e terrestres no reforço da presença da Aliança [Atlântica] no leste da Europa e concretamente na Lituânia com meios aéreos e terrestres, representando um compromisso sério na realização dos mesmos objectivos estratégicos, políticos e militares".
Marcelo Rebelo de Sousa, que convidou a sua homóloga para uma visita de Estado a Portugal, elogiou a forma como a Lituânia tem tratado os militares portugueses.
"Na visita do chefe de Estado português às forças nacionais destacadas neste país, que aliás é um hóspede notável na forma como acolhe essas forças destacadas, não era possível deixar de estar com a senhora Presidente e dirigir-lhe através da sua pessoa ao povo lituano uma mensagem de amizade profunda e também de solidariedade integral", declarou.
De acordo com fonte de Belém, o chefe de Estado partiu na segunda-feira para a Lituânia, acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Pina Monteiro, e o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte.