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Obama desconhecia que Merkel estava sob escuta

A Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos afiança que Obama não tinha conhecimento do programa de escutas a vários líderes mundiais. Este programa terá sido interrompido depois de a administração Obama ter tomado conhecimento desta realidade.

Bloomberg
28 de Outubro de 2013 às 19:53
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Afinal o presidente norte-americano, Barack Obama, desconhecia que o telefone pessoal de Angela Merkel, chanceler alemã, estava a ser vigiado, segundo informa a NSA. O “Wall Street Journal” noticia que a Casa Branca interrompeu alguns dos programas de vigia quando, este Verão, tomou conhecimento dos mesmos. No entanto, alguns programas continuam activos apesar de directivas que indicam para o término dos mesmos.

 

O jornal norte-americano cita fontes oficiais da NSA que garantem que eram tantos programas de espionagem em curso que seria impossível informar Obama sobre cada um deles. “Estas decisões são feitas dentro da NSA. O presidente não assina este tipo de acções”, acrescenta um oficial da agência norte-americana citado pelo "Wall Street Journal".

 

Na semana passada, a revista alemã “Der Spiegel” anunciava que a inteligência americana mantinha sob escuta o telemóvel de Merkel, que se apressou a ligar ao seu congénere norte-americano para pedir explicações. Obama terá garantido que os Estados Unidos “não estão a monitorizar nem vão monitorizar” as chamadas de Angela Merkel.

 

De acordo com a NSA, Obama até poderá estar a dizer a verdade, porque na semana passada o programa de escutas a Merkel já teria terminado. Aquilo que a NSA não esclarece é se Obama tinha tido conhecimento, antes do Verão deste ano, dos programas de espionagem levados a cabo pelas agências de inteligência norte-americanas que mantinham sob vigia 35 líderes mundiais.

 

Desde que o antigo jornalista do “Guardian”, Glenn Greenwald, iniciou a divulgação de vários documentos classificados, que lhe foram entregues por Edward Snowden, antigo consultor independente da NSA, tem sido noticiado o recurso, por parte de Washington, a práticas de espionagem a diversos países, incluindo países e líderes seus aliados. O “Le Monde” refere esta segunda-feira que Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Áustria, Itália, México, Brasil, Qatar, Índia, China, as Nações Unidas, as instituições europeias e cidadãos americanos terão sido alvos dos programas de espionagem norte-americanos.

 

O Governo espanhol considerou, esta tarde, as práticas seguidas pela NSA de “inaceitáveis” e avisa que estas “poderão levar a uma quebra de confiança entre” dois países tradicionalmente aliados, refere o “El País”. A “BBC” avança que Madrid quer explicações sobre as “monitorizações” feitas a milhares de cidadãos espanhóis.

 
Por outro lado sabe-se que diversos serviços de inteligência terão colaborado com a NSA. A imprensa italiana revelava na semana passada que os serviços britânicos tinham tido acesso aos dados contidos nos cabos de fibra-óptica que passam no mar da Sicília. Em Agosto, a “Der Spiegel” noticiava que os serviços alemães haviam colaborado com a NSA na troca de informação que incluiria dados sobre civis alemães.

 

Esta segunda-feira, o primeiro-ministro inglês, David Cameron, ameaçou os órgãos de comunicação social britânicos, com a adopção de medidas contra “os jornais que não demonstrem responsabilidade social”. Cameron pretende evitar que sejam tornadas públicas informações classificadas que ponham em causa a “segurança nacional”. A segurança interna é o principal argumentado utilizado como justificativo das práticas de espionagem massiva, que de acordo com os governos norte-americano e britânico já permitiu antecipar vários atentados e ataques terroristas.

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