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Guia completo sobre gorjetas na nova economia do Uber e Airbnb

Dos motoristas da Uber aos proprietários de alojamentos através da Airbnb há mais dúvidas sobre gorjetas do que nunca. Falámos com especialistas em etiqueta sobre o protocolo a seguir.

06 de Outubro de 2019 às 16:00
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Poucas situações sociais confundem até os especialistas em etiqueta mais educados sobre quanto e quando dar gorjeta, especialmente nos Estados Unidos, onde o gesto nem sempre é opcional e empregados podem receber menos do que o salário mínimo caso sejam autorizados a aceitar gorjetas.

 

A história de recompensar um bom serviço com dinheiro extra é nebulosa, mas provavelmente teve origem na Europa, nos tempos medievais, quando um servo receberia uma gorjeta do seu amo pelo bom desempenho. Esta prática ganhou popularidade na Inglaterra do século XVII entre as classes altas e depois espalhou-se para os EUA após a Guerra Civil, quando americanos ricos começaram a viajar para a Europa com mais frequência.

 

Para dar gorjeta após uma refeição num restaurante nos EUA, o protocolo é claro: deixe entre 15% e 20% do total da conta, incluindo impostos, para o empregado. Mas, com a explosão da chamada "gig economy" - onde predominam profissionais autónomos ou que vivem de biscates e na qual cerca de 57 milhões de americanos estão empregados - e o aumento de aplicações de serviços como Airbnb, Uber e TaskRabbit, as expectativas em torno da gorjeta agora são menos claras e, em alguns casos, ainda estão a ser desenvolvidas.

 

Segundo um estudo da Consumer Reports com mais de 1.000 adultos nos EUA em dezembro de 2018, 27% dos entrevistados disseram que hoje existem mais situações em que as pessoas esperam gorjeta do que há dois anos.

 

Com isto em mente, conversámos com os principais especialistas em etiqueta sobre como lidar com situações complicadas nas quais o protocolo de gorjeta pode ser incerto.

 

Extra para Uber

Quando o Uber foi lançado pela primeira vez em 2012, a aplicação não incluía a opção para dar gorjeta aos motoristas, o que, segundo a empresa, eliminaria a incerteza dos condutores em relação aos salários. Mas, em julho de 2017, o Uber cedeu à pressão dos utilizadores e às reclamações de motoristas e instalou uma opção de gorjeta integrada semelhante à de aplicações de concorrentes como Lyft e Via.

 

Diane Gottsman, fundadora da Protocol School of Texas, especializada em liderança executiva e etiqueta comercial, recomenda deixar entre 15% e 20% para este tipo de transporte, semelhante à gorjeta num táxi tradicional nos EUA.

 

"Eles estão a investir nos seus carros", afirma Gottsman. "A pessoa que presta este serviço trabalha para ganhar a vida. O que pode ser conveniente para nós é o meio de vida deles."

 

Ao usar um Uber ou Lyft, a especialista em etiqueta Jodi Smith, presidente da Mannersmith Etiquette Consulting, tende a deixar uma gorjeta maior do que num táxi, cujos motoristas podem ser representados por um sindicato.

 

Airbnb vs. Hotel

Ao se hospedar num hotel tradicional, os hóspedes devem deixar uma gorjeta todos os dias, afirma Elaine Swann, fundadora da Swann School of Protocol, na Califórnia. A responsável sugere de 5 a 10 dólares por dia. Mas, quando fica num Airbnb ou outro alojamento residencial, normalmente evita gorjetas.

 

"A maioria das taxas está incluída no custo, assim não é preciso deixar gorjeta", diz Swann. "Por isso, fica a critério do proprietário passá-la para o serviço de limpeza ou embolsá-la por conta própria. Eu diria que não é necessário."


(Texto original: A New Guide to Tipping in the Gig Economy)

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