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G20 adia para outubro extensão da moratória aos países mais vulneráveis

O grupo das 20 nações mais industrializadas só se pronunciará sobre a extensão da moratória sobre a dívida dos países mais vulneráveis à pandemia de covid-19 no final do ano

Reuters
19 de Julho de 2020 às 11:39
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O grupo das 20 nações mais industrializadas (G20) decidiu este domingo, 19 de julho, adiar para o final do ano a decisão sobre a extensão da moratória sobre a dívida dos países mais vulneráveis à pandemia de covid-19.

"Vamos considerar uma possível extensão da Iniciativa para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) na segunda metade de 2020, tomando em consideração o desenvolvimento da situação da pandemia de covid-19 e as conclusões do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) sobre as necessidades de liquidez dos países elegíveis, que serão submetidos ao G20 antes da reunião de outubro", lê-se no comunicado enviado à Lusa no final da reunião dos ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais destes países.

A extensão da moratória sobre os pagamentos da dívida dos países mais endividados era uma das grandes expectativas da reunião deste fim de semana, havendo várias organizações não-governamentais (ONG), para além do próprio FMI e Banco Mundial, entre outros países como a França, a defender que o G20 devia alargar já o prazo de alívio da dívida que concedeu aos 73 países em maiores dificuldades para honrarem os compromissos financeiros e, ao mesmo tempo, canalizar recursos para combater a pandemia.

O plano atual, anunciado a 15 de abril, prevê que não haja pagamentos a credores oficiais bilaterais até final deste ano, o que deverá permitir a canalização de 14 mil milhões de dólares (12,2 milhões de euros) para combater a pandemia, disse o ministro das Finanças da Arábia Saudita, Mohammed Al-Jadaan, o anfitrião da reunião virtual deste fim de semana.

Até agora, 42 países pediram ajuda, o que evitou o pagamento de 5,3 mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) em dívida que teria de ser paga este ano, o que acontece num contexto de recessão económica mundial e aumento da pobreza extrema nos países mais pobres.

No comunicado, os líderes dos países do G20 afirmam estar "determinados a continuar a usar todas as ferramentas disponíveis para salvaguardar as vidas das pessoas, os empregos e os rendimentos, apoiar a recuperação económica global e melhorar a resiliência do sistema financeiro, salvaguardando contra os riscos existentes".

Antes da reunião, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, já tinha defendido o alargamento da moratória, anunciando que o Fundo está a preparar-se para fazer uma utilização mais eficiente dos Direitos Especiais de Saque, as reservas do banco.

Para além do compromisso conjunto do G20, os governos da Alemanha e da França anunciaram iniciativas de apoio aos países em dificuldades: a Alemanha comprometeu-se com mais 3 mil milhões de euros para fortalecer o Fundo de Crescimento e Redução da Pobreza, enquanto a França, que assegura a presidência do Clube de Paris (grupo de países credores) defendeu o prolongamento da moratória sobre a dívida.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 600 mil mortos e infetou mais de 14,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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