Notícia
Direção do FMI pede aos credores privados que aceitem suspensão da dívida
O FMI anunciou que vai permitir empréstimos com 0% de juros por um período de seis meses até dois anos aos países que estão mais em dificuldades para cumprir as obrigações financeiras e, ao mesmo tempo, aumentar a despesa pública com a saúde para conter a pandemia de covid-19.
17 de Abril de 2020 às 00:51
O Comité Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou esta quinta-feira aos credores privados da dívida dos países mais pobres que aceitem suspender os pagamentos durante a pandemia da covid-19.
"Acolhemos com agrado a abordagem coordenada e acertada entre o G20 e o Clube de Paris, apoiada pelo FMI e pelo Banco Mundial, no sentido de suspender a dívida dos países mais pobres aos credores oficiais bilaterais, e apelamos aos credores privados para participarem na iniciativa em termos comparáveis", lê-se no comunicado do IMFC, hoje reunido em Washington.
O texto surge depois de a direção do FMI ter anunciado que vai permitir empréstimos com 0% de juros por um período de seis meses até dois anos aos países que estão mais em dificuldades para cumprir as obrigações financeiras e, ao mesmo tempo, aumentar a despesa pública com a saúde para conter a pandemia de covid-19.
De acordo com o comunicado da reunião, os 24 governadores que representam os 189 Estados-membros do FMI defendem que os credores privados, como investidores internacionais detentores de títulos de dívida soberana ou fundos de pensões, alinhem na suspensão dos pagamentos da dívida dos países mais pobres, que viram a pandemia de covid-19 colocar ainda mais pressão nas suas finanças públicas.
"Acolhemos com agrado o foco do FMI no trabalho relacionado com a crise, incluindo o trabalho sobre a dívida e os riscos à estabilidade financeira, apoiando uma recuperação sustentável consistente com as questões que estão na nossa agenda", acrescenta-se ainda no texto dos governadores, que se juntam duas vezes por ano numa reunião que marca o final oficial dos encontros do FMI e do Banco Mundial, este ano num formato virtual devido à pandemia do novo coronavírus.
No comunicado assinado pelo governador do banco central da África do Sul, Lesetja Kganyago, confirma-se que "é esperada uma recessão global este ano e uma recuperação em 2021", e que o Fundo está "a continuar a aplicar todas as ferramentas de política disponíveis para derrotar a pandemia, proteger os empregos e restaurar o crescimento".
Para os 'acionistas' do FMI, "a capacidade de empréstimos no valor de um bilião de dólares é crítica para manter a confiança na possibilidade de o FMI cumprir o seu mandato, ajudando os membros a superarem a crise", por isso as decisões da direção de duplicar os mecanismos de empréstimos e uma nova ronda de acordos de empréstimos "são passos importantes neste sentido", pelo que se esperam "ações rápidas dos membros para implementarem estas decisões".
Entre as iniciativas tomadas pelo FMI nas últimas semanas relativamente ao alívio da dívida está o perdão dos pagamentos que alguns países de baixo rendimento deviam ao Fundo este ano e o fortalecimento financeiro da instituição para responder aos mais de 30 pedidos de ajuda que os membros fizeram.
A diretora executiva do FMI, Kristalina Georgieva, disse hoje na conferência de imprensa final que África devia ser a prioridade em termos de alocação da capacidade financeira do Fundo, reconhecendo que este continente é o que tem os sistemas de saúde mais frágeis.
Já na terça-feira o diretor do departamento africano, Abebe Aemro Selassie, que estimou uma recessão de 1,6% no continente este ano, tinha recuperado a célebre frase do antigo presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi para defender que os governos africanos deviam fazer "tudo o que for preciso" (whatever it takes, no original em inglês) para aumentar a despesa em saúde.
Numa carta enviada às principais instituições internacionais ainda na semana passada, o Instituto Financeiro Internacional (IFI), a associação que representa os credores da dívida a nível mundial, calculou que a dívida soberana e os juros dos empréstimos contraídos pelos países em desenvolvimento e dos mais pobres a pagar este ano rondaria os 140 mil milhões de dólares (127,8 mil milhões de euros).
A pandemia da covid-19 já fez perto de mil mortes e quase 20 mil infetados em África.
"Acolhemos com agrado a abordagem coordenada e acertada entre o G20 e o Clube de Paris, apoiada pelo FMI e pelo Banco Mundial, no sentido de suspender a dívida dos países mais pobres aos credores oficiais bilaterais, e apelamos aos credores privados para participarem na iniciativa em termos comparáveis", lê-se no comunicado do IMFC, hoje reunido em Washington.
De acordo com o comunicado da reunião, os 24 governadores que representam os 189 Estados-membros do FMI defendem que os credores privados, como investidores internacionais detentores de títulos de dívida soberana ou fundos de pensões, alinhem na suspensão dos pagamentos da dívida dos países mais pobres, que viram a pandemia de covid-19 colocar ainda mais pressão nas suas finanças públicas.
"Acolhemos com agrado o foco do FMI no trabalho relacionado com a crise, incluindo o trabalho sobre a dívida e os riscos à estabilidade financeira, apoiando uma recuperação sustentável consistente com as questões que estão na nossa agenda", acrescenta-se ainda no texto dos governadores, que se juntam duas vezes por ano numa reunião que marca o final oficial dos encontros do FMI e do Banco Mundial, este ano num formato virtual devido à pandemia do novo coronavírus.
No comunicado assinado pelo governador do banco central da África do Sul, Lesetja Kganyago, confirma-se que "é esperada uma recessão global este ano e uma recuperação em 2021", e que o Fundo está "a continuar a aplicar todas as ferramentas de política disponíveis para derrotar a pandemia, proteger os empregos e restaurar o crescimento".
Para os 'acionistas' do FMI, "a capacidade de empréstimos no valor de um bilião de dólares é crítica para manter a confiança na possibilidade de o FMI cumprir o seu mandato, ajudando os membros a superarem a crise", por isso as decisões da direção de duplicar os mecanismos de empréstimos e uma nova ronda de acordos de empréstimos "são passos importantes neste sentido", pelo que se esperam "ações rápidas dos membros para implementarem estas decisões".
Entre as iniciativas tomadas pelo FMI nas últimas semanas relativamente ao alívio da dívida está o perdão dos pagamentos que alguns países de baixo rendimento deviam ao Fundo este ano e o fortalecimento financeiro da instituição para responder aos mais de 30 pedidos de ajuda que os membros fizeram.
A diretora executiva do FMI, Kristalina Georgieva, disse hoje na conferência de imprensa final que África devia ser a prioridade em termos de alocação da capacidade financeira do Fundo, reconhecendo que este continente é o que tem os sistemas de saúde mais frágeis.
Já na terça-feira o diretor do departamento africano, Abebe Aemro Selassie, que estimou uma recessão de 1,6% no continente este ano, tinha recuperado a célebre frase do antigo presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi para defender que os governos africanos deviam fazer "tudo o que for preciso" (whatever it takes, no original em inglês) para aumentar a despesa em saúde.
Numa carta enviada às principais instituições internacionais ainda na semana passada, o Instituto Financeiro Internacional (IFI), a associação que representa os credores da dívida a nível mundial, calculou que a dívida soberana e os juros dos empréstimos contraídos pelos países em desenvolvimento e dos mais pobres a pagar este ano rondaria os 140 mil milhões de dólares (127,8 mil milhões de euros).
A pandemia da covid-19 já fez perto de mil mortes e quase 20 mil infetados em África.