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FMI: Maurice Obstfeld avisa que mundo enfrenta longo período de incerteza

O director de investigação do FMI apoia mais coordenação internacional entre bancos centrais, mas sublinha dificuldades e avisa que os problemas na economia mundial estão para durar.

FMI
28 de Junho de 2016 às 16:44
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Além dos problemas óbvios na Zona Euro e na União Europeia ou no Japão, o mundo enfrenta desafios de longo prazo nas economias emergentes, visto que muitas delas necessitam de encontrar novos modelos de crescimento, e "isso não se faz do dia para a noite". O aviso é do economista-chefe do FMI que perante a fragilidade da economia mundial defende uma agenda de políticas que lide com a deficiente procura agregada e garanta a , garantindo ao mesmo tempo a estabilidade financeira.

 

Maurice Obstfeld (na foto) foi um dos oradores no 3º Fórum do BCE que está a decorrer em Sintra, onde se debateram os desafios da ordem financeira e monetária internacional. Para o economista-chefe do FMI, que vem avisando para uma degradação das condições económicas internacionais, é importante contrariar o abrandamento económico e estar preparado para más notícias.

 

Dado que os bancos centrais já estão no limite, Obstfled olha para as políticas nacionais – políticas orçamentais mais expansionistas e reformas estruturais adequadas podem ser necessárias - mas é também precisa "mais partilha de risco orçamental, não só dentro da Europa como muitas vezes se defende, mas a nível global", defende o responsável do FMI.

 

Numa economia cada vez mais globalizada, as vantagens de coordenação entre bancos impõem-se, mas a dificuldade de concretizar tal coordenação é sublinhada pela maioria dos economistas. "Sou céptico" diz Maurice Obstfled, as estruturas que montámos para os bancos centrais são transparentes e claras. Se agora quisermos complicarmos mandatos dos bancos centrais com outros objectivos podemos perder isso. Estabelecer estruturas formas de coordenação será muito difícil".

 

As dificuldades de coordenação na política internacional também foram sublinhas por Anne Krueger, professora na Universidade de Johns Hopkins, nos EUA, que foi economista-chefe do Banco Mundial entre 1982 e 1986 e número dois do FMI entre 2001 e 2006.

 

"Tenho mais confiança nos países individuais [e na sua capacidade de implementar políticas correctas] do que na ideia de conseguir garantir que todos entram num mesmo barco" que os leva para o mesmo sítio, afirmou, no mesmo debate que encerrou o primeiro dia do Fórum do BCE, que decorre em Sintra até quarta.  

 

A economista elogiou a capacidade do FMI prestar assistência a economias em dificuldades, e a capacidade de aprendizagem da instituição, mas notou que está mal preparado pela lidar com alguns problemas, como o endividamento empresarial. 

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