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Ex-secretário da Energia dos EUA: Saída do acordo com Irão é "um erro monumental"  

O ex-secretário da Energia de Barack Obama, Ernest Moniz, classificou hoje a decisão dos EUA de saírem do acordo nuclear com o Irão como um "erro monumental" que prejudica os interesses da comunidade internacional.

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08 de Maio de 2018 às 19:41
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Em entrevista à Lusa, o descendente de imigrantes açorianos nos Estados Unidos que acompanhou o acordo celebrado e que o actual presidente norte-americano quer denunciar, considera que esse tratado é uma salvaguarda da comunidade internacional para impedir o enriquecimento de urânio por parte do regime de Teerão.

 

"O acordo foi formulado sabendo-se que o Irão tinha um programa de armas nucleares e tinha construído uma grande capacidade para enriquecimento de urânio e produção de plutónio", recorda Ernest Moniz.

 

Para o físico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês), o "acordo retirou ao Irão capacidade de produção de armas nucleares" e conferiu à "comunidade internacional condições para vigiar e impedir" o país de ter um programa de armas nuclear "para sempre".

 

Por isso, "retirar o Estados Unidos de um acordo deste tipo é um erro monumental", afirmou o antigo governante, que está em Portugal para acompanhar uma conferência da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

 

"Os nossos aliados europeus estão correctos a cem por cento em manterem-se [vinculados] no acordo" com o Irão, acrescentou Moniz, que teme que esta decisão constitua mais um obstáculo nas relações transatlânticas.

 

"Será mais uma diferença entre os Estados Unidos e a União Europeia e isso é mau para o mundo", afirmou.

 

"Os EUA e a Europa têm vários pilares de força geopolítica", dando como exemplo as alianças multilaterais, de que a Nato é exemplo, a rede de "instituições financeiras construídas após a II Guerra Mundial", o sistema de comércio internacional e um conjunto de "valores nas relações internacionais".

 

"Eu diria que o Presidente Obama apoiou e fez avançar estas quatro áreas" dentro dos interesses da Europa e dos EUA, recorda o governante democrata, que critica o seu sucessor.

 

"Infelizmente, as acções do Presidente Trump enfraqueceram estas quatro fundações" das relações internacionais entre a Europa e os EUA, explicou.

 

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