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Abertura dos mercados: Trump leva petróleo a disparar mais de 2%. Euro renova mínimos

As bolsas europeias estão a beneficiar com a escalada dos preços do petróleo, que impulsiona a cotação das empresas energéticas. O dólar renova máximos do ano e os juros seguem estáveis.

Trump assinou ontem a saída dos EUA do acordo nuclear com o Irão Reuters
09 de Maio de 2018 às 09:20
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Os mercados em números

PSI-20 sobe 0,08% para 5.544,11 pontos

Stoxx 600 ganha valoriza 0,13% para 390,52 pontos

Nikkei desvalorizou 0,44% para 22.408,88 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos sobes 1 ponto base para 1,744%

Euro perde 0,34% para 1,1824 dólares

Petróleo sobe avança 2,98% para 77,08 dólares por barril 

 

Sector energético coloca bolsas a subir

As acções europeias abriram em alta, impulsionadas pela valorização do sector energético que está a beneficiar com a subida das cotações do petróleo para máximos de quatro anos após Donald Trump ter confirmado ontem que vai sair do acordo nuclear com o Irão.

 

As preocupações geopolíticas que resultam da decisão de Trump estão assim a ser ofuscadas pelo efeito positivo no sector energético, sendo as notícias de fusões e aquisições voltam a centrar também as atenções dos investidores. A Vodafone chegou a acordo para comprar os activos da Liberty Global em vários países europeus por 21,8 mil milhões de dólares.

 

"No muito curto prazo, parece que o impacto do aumento das tensões geopolíticas está limitado ao mercado petrolífero. Mas esse não é o fim da história", comentou à Reuters Norihiro Fujito, da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities, acrescentando que "as sanções dos EUA podem afectar várias indústrias" e as tensões entre "o Irão e Israel deverão intensificar-se e isso terá um efeito nas acções".

 

O Stoxx 600 valoriza 0,13% para 390,52 pontos, um movimento que a bolsa nacional está a acompanhar, com o PSI-20 a ganhar 0,08% para 5.544,11 pontos. A Galp Energia destaca-se com um ganho de 0,58% para os 16,38 euros.

 

Dólar reforça tendência de ganhos 

A moeda norte-americana prolonga hoje a tendência de ganhos das últimas sessões, com o índice do dólar a valorizar 0,3% para máximos de 19 semanas. O euro mantém a tendência negativo a reforça mínimos de 25 de Dezembro a cair 0,34% para 1,1824 dólares.

 

A moeda europeia tem sido penalizada por dados que apontam para um abrandamento da economia europeia, que devem levar o BCE a adiar o corte no programa de estímulos. O dólar beneficia com o aumento das tensões geopolíticas em resultado da decisão dos Estados Unidos sobre o acordo nuclear com o Irão. 

 

Juros de Portugal em alta ligeira antes de emissão 

No dia em que o IGCP regressa ao mercado com emissões de dívida de longo prazo, no mercado secundário os juros estão em alta muito ligeira. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos sobe 1 ponto base para 1,744%, em linha com o comportamento dos títulos alemães, pelo que o "spread" da dívida portuguesa segue estável em 116 pontos base.

 

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) tenta colocar, esta quarta-feira, entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros, em títulos com maturidade em 25 de Outubro de 2023 e 17 de Outubro de 2028.

 

Petróleo renova máximos de quatro anos 

A cotação da matéria-prima está a reagir em alta acentuada à decisão dos Estados Unidos sobre o acordo nuclear do Irão, uma vez que as sanções que Donald Trump anunciou deverão colocar fora do mercado grande parte da produção petrolífera do país do Médio Oriente, que é o terceiro maior produtor da OPEP.

 

O WTI em Nova Iorque valoriza 2,85% para 71,03 dólares e o Brent, que negoceia em Londres, avança 2,98% para 77,08 dólares, atingindo as cotações mais elevadas desde 2014.

 

"Enquanto o impacto de uma acção unilateral dos EUA não seja tão severa como as sanções multilaterais durante o período de 2012-2015, isso significa que oferta adicional de petróleo vai sair do mercado e as tensões geopolíticas vão aumentar. Ambos os factores são positivos para os preços do petróleo", explica Harry Tchilinguirian. 

O responsável por matérias-primas do BNP Paribas refere ainda que "as condições económicas e financeiras permanecem favoráveis para as matérias-primas", um facto positivo ao qual se junta a quebra das reservas de petróleo da OCDE, num momento em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) mantêm os cortes de produção. 

 

Ouro em queda 

O metal precioso serve habitualmente de refúgio em alturas de aumento das tensões geopolíticas, mas o ouro segue em queda ligeira nesta abertura de sessão. A cotação da matéria-prima desce 0,7% para 1.305,72 dólares a onça, tendo atingido um mínimo em mais de uma semana   

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