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Economia global enfrenta recessão em 2023, diz consultora britânica

Inflação vai manter-se uma ameaça. Pandemia e tensões com Ocidente atrasam ascensão chinesa em seis anos.

26 de Dezembro de 2022 às 11:20
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A persistência da inflação e manutenção da escalada das taxas de juros pelos bancos centrais deverão conduzir a economia global a uma recessão no próximo ano, num cenário pior que o antecipado pelo Fundo Monetário Internacional em outubro, de crescimento de 2,7%.

 

A previsão, citada nesta segunda-feira pela Bloomberg, é de uma consultora britânica, o Centre for Economics and Business Research (CEBR), que publica anualmente nesta data projeções longas para as várias economias mundiais, na série Liga Económica Mundial.

 

Segundo a Bloomberg, o CEBR vê estagnação no próximo ano, a nível global, depois de a economia mundial ter, pela primeira vez, superado um volume de 100 biliões de dólares norte-americanos em 2022.

 

"É provável que a economia mundial enfrente recessão no próximo ano como resultado das subidas das taxas de juros em resposta a inflação mais elevada", diz à agência Daniel Neufeld, diretor do CEBR e responsável pelas projeções.

 

Após os aviso da Reserva Federal e do Banco Central Europeu de que o trabalho de controlo da inflação estará longe de terminado, a publicação da consultora aponta para efeitos prolongados no tempo da política de normalização monetária.

 

"O custo de fazer baixar a inflação para níveis mais confortáveis é o de perspetivas de crescimento mais fracas para vários anos vindouros", refere.


As previsões da consultora apontam assim para um cenário mais pessimista do que aquele que o Fundo Monetário Internacional desenhou em outubro, nas últimas projeções da instituição. Nessa altura, o Fundo antecipou um crescimento de 2,7%, mas avisou que mais de um terço das economias globais irão recuar e também que há 25% de probabilidades de o PIB global crescer abaixo de 2% no próximo ano, o que a confirmar-se corresponderia a recessão global pelos padrões da instituição, destaca a Bloomberg.

 

O horizonte de projeções do CEBR avança até 2037, altura em que o PIB mundial terá entretanto duplicado, com as economias emergentes a assumirem um maior peso. Nesse processo, antecipa, a Europa contará para menos de um quinto do PIB global.

 
Neste cenário, a Índia passará a terceira economia mundial em 2032, prevê a consultora. Já a expansão da economia chinesa sairá prejudicada pelos efeitos da política de zero covid, seguida até há pouco tempo, e também pelas tensões persistentes com os países ocidentais.


O CEBR vê adiada a ultrapassagem do PIB americano pelo chinês em pelo menos seis anos, não acontecendo antes de 2036. Mas, esse cenário, diz, seria posto em causa numa situação em que o Pequim interviesse em Taiwan, enfrentando sanções.

 

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