Notícia
FMI pede à China que reajuste estratégia covid-19 para apoiar economia
O FMI indicou que, apesar de a estratégia 'zero covid' se ter tornado cada vez mais ágil, as mutações mais contagiosas do vírus e as "lacunas contínuas" nas campanhas de vacinação têm resultado em confinamentos mais frequentes, pesando no consumo e investimento privado.
23 de Novembro de 2022 às 12:56
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou esta quarta-feira que a China pode sustentar o crescimento da sua economia no curto prazo se recalibrar a estratégia de 'zero casos' de covid-19, incluindo através do reforço da campanha de vacinação.
Após concluir uma ronda virtual de consultas com as autoridades chinesas, o FMI elogiou a "recuperação impressionante" da economia do país asiático após o impacto inicial da pandemia, no primeiro trimestre de 2020, mas lembrou que o crescimento "abrandou e continua sob pressão".
A instituição apontou como obstáculos os repetidos surtos de covid-19, suscitados pela altamente contagiosa variante Ómicron do novo coronavírus, os "desafios profundos" no fragilizado setor imobiliário e o abrandamento da procura a nível global, que pode afetar as exportações chinesas.
A vice-diretora-geral do FMI, Gita Gopinath, indicou que, apesar de a estratégia 'zero covid' se ter tornado cada vez mais ágil, as mutações mais contagiosas do vírus e as "lacunas contínuas" nas campanhas de vacinação - sobretudo entre os idosos - têm resultado em confinamentos mais frequentes, pesando assim no consumo e investimento privado.
Gita Gopinath também se referiu à crise no setor imobiliário do país, após a campanha de regulação "bem-intencionada", com a qual Pequim tentou "conter" os altos níveis de alavancagem das construtoras, incluindo algumas de grande relevância, como o grupo Evergrande.
As medidas tomadas pelo Governo nesta matéria "aumentaram a pressão financeira sobre os promotores, provocando uma queda rápida das vendas e do investimento, bem como uma quebra acentuada das receitas autárquicas com a venda de terrenos", uma importante fonte de financiamento para os governos locais.
O FMI enalteceu as recentes políticas de apoio ao setor e apelou a que se avance com "mecanismos fortes e bem financiados" para garantir que os imóveis inacabados sejam concluídos, visando proteger quem comprou casas em regime pré-venda.
"Estas medidas vão ajudar a restaurar a confiança dos compradores e facilitar a reestruturação do mercado", disse Gopinath.
A vice-diretora-geral do FMI frisou que, em 2023, a política fiscal chinesa deve "proteger a recuperação e facilitar o reequilíbrio".
"Uma postura de política fiscal neutra e de apoio às famílias vai ajudar a fazer um reajuste do consumo e impulsionar o crescimento de forma mais efetiva", explicou a economista, que destacou que a política monetária deve permanecer flexível.
No médio prazo, a China deve "reativar" reformas estruturais que favoreçam o mercado, como garantir uma concorrência justa entre firmas estatais e privadas.
O FMI prevê que a economia da China cresça 3,2% este ano e 4,4% nos próximos dois, caso se concretizem as previsões de que Pequim vai pôr fim à sua estratégia de 'zero casos' no segundo semestre de 2023.
Gopinath alertou para os perigos a nível internacional, como o abrandamento do crescimento global, a subida das taxas de juro ou a subida dos preços da energia, ao mesmo tempo que, a longo prazo, destacou os "riscos de fragmentação" derivados de uma possível "desassociação" com o sistema financeiro do Ocidente, bem como limites ao comércio, ao investimento estrangeiro e ao intercâmbio de conhecimento em termos de tecnologia.
Após concluir uma ronda virtual de consultas com as autoridades chinesas, o FMI elogiou a "recuperação impressionante" da economia do país asiático após o impacto inicial da pandemia, no primeiro trimestre de 2020, mas lembrou que o crescimento "abrandou e continua sob pressão".
A vice-diretora-geral do FMI, Gita Gopinath, indicou que, apesar de a estratégia 'zero covid' se ter tornado cada vez mais ágil, as mutações mais contagiosas do vírus e as "lacunas contínuas" nas campanhas de vacinação - sobretudo entre os idosos - têm resultado em confinamentos mais frequentes, pesando assim no consumo e investimento privado.
Gita Gopinath também se referiu à crise no setor imobiliário do país, após a campanha de regulação "bem-intencionada", com a qual Pequim tentou "conter" os altos níveis de alavancagem das construtoras, incluindo algumas de grande relevância, como o grupo Evergrande.
As medidas tomadas pelo Governo nesta matéria "aumentaram a pressão financeira sobre os promotores, provocando uma queda rápida das vendas e do investimento, bem como uma quebra acentuada das receitas autárquicas com a venda de terrenos", uma importante fonte de financiamento para os governos locais.
O FMI enalteceu as recentes políticas de apoio ao setor e apelou a que se avance com "mecanismos fortes e bem financiados" para garantir que os imóveis inacabados sejam concluídos, visando proteger quem comprou casas em regime pré-venda.
"Estas medidas vão ajudar a restaurar a confiança dos compradores e facilitar a reestruturação do mercado", disse Gopinath.
A vice-diretora-geral do FMI frisou que, em 2023, a política fiscal chinesa deve "proteger a recuperação e facilitar o reequilíbrio".
"Uma postura de política fiscal neutra e de apoio às famílias vai ajudar a fazer um reajuste do consumo e impulsionar o crescimento de forma mais efetiva", explicou a economista, que destacou que a política monetária deve permanecer flexível.
No médio prazo, a China deve "reativar" reformas estruturais que favoreçam o mercado, como garantir uma concorrência justa entre firmas estatais e privadas.
O FMI prevê que a economia da China cresça 3,2% este ano e 4,4% nos próximos dois, caso se concretizem as previsões de que Pequim vai pôr fim à sua estratégia de 'zero casos' no segundo semestre de 2023.
Gopinath alertou para os perigos a nível internacional, como o abrandamento do crescimento global, a subida das taxas de juro ou a subida dos preços da energia, ao mesmo tempo que, a longo prazo, destacou os "riscos de fragmentação" derivados de uma possível "desassociação" com o sistema financeiro do Ocidente, bem como limites ao comércio, ao investimento estrangeiro e ao intercâmbio de conhecimento em termos de tecnologia.