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China quer pôr TikTok e WeChat na mesa de negociações com os EUA
Os negociadores dos Estados Unidos e da China deverão realizar uma reunião virtual ainda esta semana, para avaliar os progressos do acordo de fase um.
Os negociadores da China e dos Estados Unidos deverão debater, ainda esta semana, os progressos do seu acordo comercial parcial, e Pequim quer que essas conversações incluam as recentes medidas anunciadas por Trump contras as empresas que detêm a TikTok e a WeChat.
Segundo fontes citadas pela Bloomberg, será realizada nos próximos dias uma reunião virtual entre os negociadores de Washington e Pequim, em que os responsáveis chineses querem abordar as restrições às tecnológicas do país, para além dos temas que interessam aos norte-americanos, como a compras de bens agrícolas e a taxa de câmbio yuan/dólar.
A "única área em que estamos envolvidos é o comércio", afirmou Larry Kudlow, diretor do Conselho Económico Nacional da Casa Branca, numa conferência de imprensa na terça-feira. "Está tudo bem por agora".
Já esta quarta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, disse que a posição de Pequim quanto à fase um do acordo permanece consistente. A TikTok "é apenas uma plataforma para fornecer entretenimento, lazer, demonstração de talentos e partilha para americanos e pessoas de todo o mundo. Não tem nada a ver com segurança nacional", acrescentou o responsável, criticando os argumentos que estiveram na base das restrições impostas pela administração Trump.
Foi na passada quinta-feira que o presidente Donald Trump assinou duas ordens executivas a proibir os residentes nos Estados Unidos de fazerem negócios com as empresas donas da TikTok e WeChat, com base em argumentos de segurança nacional, devido aos riscos de exposição de dados dos americanos.
A ordem executiva que visa a WeChat bloqueia todas as transações que envolvem a aplicação, mas não representa uma proibição de transações com a empresa que a detém, a Tencent. Já a ordem contra a TikTok bloqueia todas as transações envolvendo a sua proprietária, a ByteDance, e suas subsidiárias.
Este foi um passo em frente na escalada de tensões entre os Estados Unidos e a China que, há sete meses, concluíram um entendimento para pôr fim à guerra comercial que abalou a economia mundial.
Um dos pontos previstos no acordo - o reforço das compras de bens agrícolas aos Estados Unidos por parte da China, tem ficado muito aquém do estimado, também devido à pandemia da covid-19. É, contudo, um ponto fundamental para Trump que tem nas regiões rurais e nos agricultores um eleitorado chave para a sua reeleição em novembro.