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BERD prevê fortes impactos negativos da crise na Ucrânia para as economias da região

O Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento reviu as perspectivas económicas para a Europa Central e de Leste e para a Ásia Central tendo em conta os custos aportados pelo forte impacto negativo que a crise geopolítica na Ucrânia terá nas economias da região.

14 de Maio de 2014 às 15:18
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De acordo com as novas previsões, apresentadas esta terça-feira, 13 de Maio, pelo Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) as economias da Ucrânia e da Rússia serão as mais afectadas pela instabilidade político-económica decorrente da crise que afecta o país.

 

No entanto a crise geopolítica deverá ter um forte impacto nas economias da região, segundo a análise do banco constituído em 1991 para apoiar os países da antiga União Soviética a reconverter as suas economias centralizadas para economias de mercado. Actualmente o BERD reorientou a sua finalidade para o apoio ao desenvolvimento económico de 30 países geograficamente situados entre a Europa e a Ásia centrais.

 

O BERD estima que a economia russa tenha, como melhor cenário, um crescimento económico nulo este ano, ou seja, que enfrente um ano de estagnação, quando em Janeiro (pré-crise) atribuía uma previsão de crescimento de 2,5%, que comparava com o avanço do PIB de 1,3% no ano passado.

 

Para 2015, tomando como hipótese a não aplicação de mais sanções económicas contra cidadãos e empresas da Rússia, o PIB do país poderá crescer 0,6%. A previsibilidade de estagnação já tinha sido antecipada esta terça-feira pelo ministro da Economia russo, Alexei Ulyukayev, ao explicar que o receio em torno de novas sanções económicas estava a afectar o investimento.  

 

Já a economia da Ucrânia deverá cair 7% este ano e, na melhor das hipóteses, enfrentar um ano de recessão em 2015, repetindo a estagnação económica registada em 2013. Antes do início da crise iniciada em Fevereiro, o BERD previa um avanço do PIB ucraniano de 1,5% em 2014.

 

Nas economias dos estados bálticos apenas a Estónia deverá conseguir melhorar o desempenho económico em 2014 face ao ano anterior.

 

Outro exemplo de relativa indiferença à situação na Ucrânia é a Polónia que não deverá ser afectada de forma significativa pela crise ucraniana uma vez que poderá crescer 2,8% este ano, uma melhoria relativamente ao crescimento de 1,6% verificado em 2013.

 

O impacto mais forte será sentido na região do leste europeu e do Cáucaso, onde quatro economias deverão reflectir um abrandamento económico, ao contrário da reduzida importância que a crise da Ucrânia deverá ter nas economias do sudeste da Europa.

 

A Turquia também enfrentará um período de abrandamento económico este ano com um avanço do PIB de 2,5%, menos 1,5% do que os 4% conseguidos em 2013. Todavia o BERD ressalva que a exposição de Ancara ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia é relativamente reduzida e que o abrandamento se deverá essencialmente a questões relacionadas com a instabilidade política interna.

 

Mas o estudo do BERD alerta que apesar da reduzida influência da crise ucraniana nas economias do Europa Central e do sudoeste europeu, os custos do financiamento público e privado deverão crescer nestas regiões, o que acabará por ter um reflexo negativo nas economias destas regiões.

 

Economias dependentes da Rússia e Ucrânia

 

A forte ligação dos países da Ásia Central, em especial à Rússia, mas também à Ucrânia, deverá implicar um abrandamento económico em cinco dos seis países considerados. O crescimento médio do PIB na região que em 2013 foi de 7,1%, deverá cair este ano para 6,2%. O BERD prevê que o abrandamento continuará em 2015 para um crescimento de 6,1% do produto na região.

 

Outro alerta deixado pelo banco de desenvolvimento está relacionado com a possibilidade de escalação da crise geopolítica na Ucrânia e com a eventual incapacidade de ajustamento económico implicar "um impacto muito significativo na perda de confiança dos investidores, no crescimento, na confiança, nas trocas comerciais e, possivelmente, na segurança energética e alimentar na região".

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