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Trump ameaça Panamá e admite reclamar de volta a administração do canal

Estados Unidos entregaram a administração do canal ao Panamá em 1999. Agora, face ao que diz serem "taxas ridículas", presidente eleito dos EUA ameaça o país com recuperação da administração daquela infraestrutura.

Enea Lebrun/Reuters
22 de Dezembro de 2024 às 14:13
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O presidente eleito Donald Trump acusou o Panamá de cobrar taxas excessivas pelo uso do Canal do Panamá e disse que, se o país não administrasse o canal de forma aceitável, ele exigiria que o aliado americano o entregasse.


Numa publicação no Truth Social, este sábado, Trump também avisou que não deixaria o canal cair nas "mãos erradas" e pareceu alertar para uma potencial influência chinesa na passagem, escrevendo que o canal não deveria ser gerido pela China.

"As taxas cobradas pelo Panamá são ridículas, especialmente tendo em conta a extraordinária generosidade que foi concedida ao Panamá pelos EUA", escreveu Trump no seu post Truth Social.


"Não foi dado para o benefício de outros, mas apenas como um sinal de cooperação entre os EUA e o Panamá. Se os princípios, tanto morais como legais, deste magnânimo gesto de doação não forem seguidos, então exigiremos que o Canal do Panamá nos seja devolvido."

O post de Trump está a ser visto como um exemplo extremamente raro de um líder dos Estados Unidos a pressionar outro país soberano a entregar um território, segundo a Reuters.

Segundo a agência, também sublinha uma mudança já esperada na diplomacia dos EUA sob a administração Trump.


Os Estados Unidos construíram em grande parte o canal do Panamá e administraram o território em torno da passagem durante décadas. Mas o governo norte-americano entregou totalmente o controlo daquela infraeestrutura em 1999, após um período de administração conjunta.

A embaixada do Panamá em Washington não respondeu ao pedido de comentário solicitado pela Reuters.

O canal do Panamá, que funciona como um atalho entre o Oceano Pacífico e Atlântico, lida com níveis de água extremamente baixos, o que pode ter implicações a nível global, uma vez que se trata de uma importa rota comercial.

No ano passado, a autoridade do canal estava a dar prioridade às companhias que pagassem mais, dado que a seca  tinha reduzido drasticamente o número de travessias possíveis.

Nesse sentido, e face às restrições impostas, foram abertos leilões que permitiam aos clientes que pagassem mais ter prioridade sobre os restantes atravessamentos.

A Waypoint Port Services chegou a alertar que as empresas estavam a gastar mais 20% do que em todo o ano de 2022, sugerindo que os preços fixados nos leilões poderiam chegar a um nível incomportável.

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