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Supremo nega recurso e mantém "impeachment" de Dilma

Era visto como o derradeiro recurso da Presidente para tentar travar o processo de destituição que deve ficar definido nas próximas horas. Mas também falhou.

Dilma Rousseff: Com a economia brasileira a marcar passo e a oposição a exigir a sua saída da Presidência por causa do envolvimento do PT no caso 'Lava Jato', Dilma esteve sob pressão.
11 de Maio de 2016 às 17:38
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O Supremo Tribunal Federal brasileiro recusou esta quarta-feira, 11 de Maio, dar provimento ao recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) – que representa os interesses do Estado – que pedia a anulação do processo de destituição da Presidente Dilma Rousseff.

A "nega" de Teori Zavascki, um dos magistrados do tribunal, foi noticiada pela imprensa local e conhecida cerca de três horas depois de o Senado ter começado o processo de votação do relatório que respalda a destituição da Presidente, alegando o cometimento de crimes de responsabilidade.

A AGU alegava que o processo tinha sido "viciado", depois de o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ter alegadamente aceitado dar seguimento ao processo como forma de se vingar de Dilma e do Partido dos Trabalhadores, o que configuraria uma ilegalidade.

Como o PT (o Partido dos Trabalhadores, a que pertence Dilma) se recusou a livrar Cunha, perante a comissão de ética do Parlamento, das acusações de mentir sobre a existência de património não declarado no estrangeiro, a AGU argumentava que o ex-líder da Câmara agiu em retaliação e permitiu que o "impeachment" avançasse.

Na sua decisão, Zavascki defende que a tese do Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, "despreza a manifestação dos deputados em plenário, quando aprovaram por maioria qualificada a admissibilidade do processo", lê-se no jornal "Folha de São Paulo".

O Supremo diz assim que os deputados apoiaram de forma "expressiva" as diferentes fases do processo "o que qualifica –e muito– a presunção de legitimidade do ato final de autorização de instauração do processo de impeachment". Por outro lado, o tribunal diz não ter base constitucional para fazer um "juízo de mérito" ou sobre a "procedência ou não da acusação", e que cabe ao Senado julgar eventuais crimes de responsabilidade da Presidente e não ao poder judicial.

O Senado brasileiro iniciou esta quarta-feira, cerca das 14:00 (10:00 em Brasília), a sessão que vai decidir sobre o eventual afastamento da Presidente da República Dilma Rousseff. 

Para que o processo de destituição da Chefe de Estado dê o passo seguinte, será necessário que pelo menos metade dos 81 senadores vote a favor dessa proposta, que tem por base alegados crimes de responsabilidade fiscal da Presidente.

Às 17:19, o Folha de São Paulo contabilizava 51 votos a favor do "impeachment", 21 contra e quatro indecisos entre os senadores sondados. O processo deverá prolongar-se pela noite e madrugada de quinta-feira, uma vez que o elevado número de inscritos para falar colocam o tempo máximo acumulado de intervenções em cerca de 17 horas contínuas. 

Se a maioria dos senadores votar a favor da admissibilidade da denúncia por crime de responsabilidade, Dilma é automaticamente suspensa de funções durante 180 dias, sendo substituída no cargo pelo vice-presidente Michel Temer. Nesse período, o Senado terá de votar a efectiva destituição de Dilma, para o que será necessária uma maioria de dois terços dos senadores.

(Notícia actualizada às 18:03 com mais informação)

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