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Biden transfere conversações sobre infraestruturas para grupo bipartidário

Falhadas as conversações com um grupo de senadores republicanos, Biden irá focar agora a sua atenção num grupo bipartidário de senadores que estão a trabalhar no seu próprio plano para as infraestruturas.

Joe Biden e a senadora republicana Shelley Moore Capito Reuters
09 de Junho de 2021 às 00:02
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Chegaram ao fim, sem acordo, as conversações entre o presidente norte-americano, Joe Biden, e um grupo de senadores republicanos liderado por Shelley Moore Capito, senadora pela Virgínia Ocidental, sobre o plano de infraestruturas defendido pela Casa Branca.

 

As conversas foram concluídas esta terça-feira, após um curto telefonema entre ambos, por não chegarem a acordo quanto à dimensão dos gastos e à aplicação do dinheiro, sublinha a Bloomberg.

 

Em comunicado, a senadora disse estar dececionada com a decisão de Biden de terminar as conversações, tendo referido que o presidente insiste no aumento de impostos – uma questão que tem gerado controvérsia entre a Administração norte-americana e os republicanos, dado que Biden pretendia reverter uma decisão do seu antecessor, Donald Trump, que em 2017 reduziu o IRC, se bem que o chefe da Casa Branca já tenha mostrado abertura para atender às reivindicações do partido opositor e tenha apontado a bandeira da taxa mínima de 15%, tal como está a ser discutida pelo G20 e OCDE no sentido de vir a ser um imposto mínimo global sobre as grandes empresas.

 

"Embora aprecie a disposição do presidente Biden para dedicar tanto tempo e esforços a estas negociações, ele acabou por não aceitar o pacote de infraestruturas, bastante robusto e devidamente direcionado, tendo em vez disso posto fim às conversações", referiu a senadora no comunicado citado pela CNN, acrescentando que isso não significa, contudo, que não seja viável um entendimento bipartidário.

 

Agora, Biden irá focar a sua atenção num grupo bipartidário de senadores – liderado pelo democrata Joe Manchin – que estão a trabalhar no seu próprio plano para as infraestruturas, declarou Jen Psaki, secretária de imprensa da Casa Branca, em comunicado citado pela Bloomberg.

 

"O presidente está empenhado em fazer avançar a sua legislação económica no Congresso este verão, e está a enveredar por múltiplas vias para que isso aconteça", adiantou Jen Psaki, acrescentando que Biden também falou com a "speaker" da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, no sentido de adiantar caminho nesta temática.

 

O grupo de 20 senadores democratas e republicanos ainda não assinou qualquer proposta, mas um dos elementos que compõe esta task force adiantou que há concordância quanto a um pacote de mais de 900 mil milhões de dólares a ser gasto ao longo de oito anos – valor que fica aquém do proposto pela Administração Biden.

 

Recorde-se que Biden convidou Capito para uma reunião na Casa Branca, na semana passada, e mostrou-se disposto a descer para um bilião de dólares o valor proposto para os novos gastos federais. A mais recente proposta da sua Administração para modernizar e renovar infraestruturas ascendia a 1,7 biliões de dólares (contra os iniciais 2,3 biliões) e tinha sido apresentada no passado dia 21 de maio - com Biden a mostrar-se disposto, na reunião com Capito, a descê-la agora para 1 bilião. Só que mesmo esta nova proposta de 1 bilião de dólares para despesa suplementar fica ainda bastante acima face ao pretendido pelos republicanos, que propuseram um pacote de investimento em infraestruturas no valor de 928 mil milhões de dólares, com 'apenas' 257 mil milhões para novos gastos.

 

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