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Arábia Saudita vai ajudar Egipto

O Rei Abdullah avisou que o reino saudita “vai permanecer do lado do Egipto e contra todos os que tentarem interferir nas questões internas".

20 de Agosto de 2013 às 19:29
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Esta declaração do Rei Abdullah, publicada na última segunda-feira pelo "The New York Times", vem baralhar ainda mais o cenário de pré-guerra civil que se vive no Egipto. A Arábia Saudita, apesar de tradicional aliada dos Estados Unidos, assume, desta forma, uma clivagem relativamente à posição americana e da própria União Europeia (UE), que pretendem um cessar do derramamento de sangue a que se tem assistido nos últimos eventos.

 

Tanto Obama, presidente americano, como líderes europeus, entre os quais Merkel e Hollande, líderes políticos da Alemanha e França, respectivamente, têm instado os generais egípcios para que busquem uma solução de compromisso político.

 

Depois de americanos e europeus assumirem cortar nas ajudas financeiras ao Egipto, o regime de Riade garantiu, na segunda-feira, que irá compensar qualquer corte financeiro que o Ocidente venha a aplicar ao regime vigente em Cairo. Riade põe em causa o esforço de pressão, do Ocidente, sobre os generais egípcios, no sentido de maior moderação, além de diminuir a capacidade de influência americana na região.

 

De acordo com o "The Nex York Times", Cairo conta com o apoio de mais dois aliados americanos naquela zona do globo. Trata-se de Israel e dos Emirados Árabes Unidos, que apesar da proximidade diplomática com Washington, pretendem assegurar a quebra de influência política da Irmandade Muçulmana, que encaram como inimiga da estabilidade e pacificação regional. A monarquia saudita pretende, acima de tudo, evitar a criação de um movimento islamita democrático.

 

O apoio financeiro saudita, anunciado uma semana depois da tomada do poder pelos militares, será de 12 mil milhões de dólares contra os 1,5 mil milhões dos Estados Unidos e 1,3 mil milhões de dólares da UE. Este nível de ajuda altera substancialmente o paradigma tradicional de influência americana no Egipto, quando, por exemplo, durante a vigência militar do consulado de Mubarak, antigo presidente, era a principal financiadora do regime. 

 

Um artigo da revista alemã “Der Spiegel” refere que o regime actual, liderado por generais, juntamente a alguns antigos apoiantes de Mubarak, tem comparado a Irmandade Muçulmana ao crescimento do regime Nazi nos anos 30 do século passado. Este artigo sublinha que a retórica sustentada pelo regime vigente defende que na Alemanha também foi “a via militar dos aliados a destituir Hitler”.

 

Com os últimos desenvolvimentos, o regime saudita assume-se como o principal aliado do regime militar, que comanda os destinos egípcios, depois do exército ter deposto o anterior presidente, democraticamente eleito, Mohamed Morsi. O retomar do poder por parte dos militares, cuja influência remonta ao regime de Mubarak, que foi deposto na sequência dos primeiros eventos da primavera Árabe, tem significado um movimento reaccionário contra a Irmandade Muçulmana, que havia conquistado o poder nas eleições de Junho de 2012.

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