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Vice-presidente do Egipto demite-se
Mohamed El-Baradei renunciou ao cargo de vice-presidente interino na sequência dos violentos confrontos desta quarta-feira entre apoiantes e opositores de Mohamed Morsi e depois de ter sido decretado o estado de emergência no país.
El-Baradei, Nobel da Paz e antigo diplomata das Nações Unidas, apresentou a demissão do cargo de vice-presidente interino do Egipto, afirmando que o conflito que o país atravessa, desde que Morsi foi deposto, poderia ter sido resolvido através de meios pacíficos.
Na carta de resignação dirigida ao presidente interino, Adly Mansour, El-Baradei diz que “os beneficiários do que aconteceu hoje são aqueles que pedem a violência, o terrorismo e os grupos mais extremistas”, refere a Reuters.
“Apresento a minha demissão do cargo de vice-presidente e peço a Deus, o altíssimo, que guarde o nosso querido Egipto de todo o mal e cumpra as esperanças e as aspirações do povo. Tornou-se difícil continuar a assumir a responsabilidade por decisões com as quais não estou de acordo”, escreve El-Baradei na carta.
No seguimento da demissão do vice-presidente, o líder do Partido Social Democrata do Egipto, da qual faz parte o primeiro-ministro, Hazem el-Beblawi, e o vice-primeiro-ministro, Bahaa El-Din, veio garantir que nenhum membro do Governo se iria demitir.
“Ninguém se vai demitir. Garanto”, afirmou Mohamed Abolghar. "Estou confiante de que, no final do dia, o Egipto terá um futuro melhor. Vamos ter uma democracia verdadeira”, acrescentou Abolghar.
Esta quarta-feira, os militares egípcios avançaram com uma operação para dispersar os apoiantes de Morsi que estavam acampados nas praças de al-Nahda e Rabaa al-Adawiya desde que Morsi foi deposto. Ainda não há números concretos, mas a Irmandade Muçulmana fala em milhares de mortos, ao passo que o Ministério da Saúde aponta para 149 vítimas mortais resultantes dos confrontos por todo o país.