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Egipto declara estado de emergência nacional

O Presidente interino do Egipto decretou o estado de emergência no país no seguimento dos confrontos entre os apoiantes de Morsi, que estavam acampados em duas praças do Cairo, e as forças de segurança. Para esta quarta-feira foi também decretado um recolher obrigatório.

Militares mantêm-se nas ruas do Egipto
Reuters
14 de Agosto de 2013 às 16:57
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O número de vítimas mortais continua a aumentar, apesar de ainda não se conseguir precisar com exactidão a totalidade de mortos. A Irmandade Muçulmana fala em milhares de mortos e as forças de segurança em 95 vítima mortais, além de 874 feridos. Um jornalista da AFP contou, pelo menos, 124 corpos, muitos com marcas de balas, em três morgues improvisadas na praça de Rabaa al-Adawiya, um dos locais onde estavam acampados os apoiantes do Presidente deposto.

 

Entre as vítimas estão um repórter de imagem da Sky News, Mick Deane, e a filha de um dos dirigentes da Irmandade Muçulmana, avança a BBC. Também uma jornalista da XPress, uma publicação dos Emirados Árabes Unidos, foi mortalmente ferida. Também uma repórter fotográfica da agência Reuters, Asmaa Waguih foi atingida numa perna, tendo sido transportada para o centro médico internacional do Cairo. A agência ainda não confirmou o ferimento da reportér, sendo a situação descrita por Haleem Elsharani, fotojornalista freelance na sua conta do Twitter.

 

Os confrontos não decorrem apenas no Cairo. Pelo menos cinco pessoas morreram na província de Suez, segundo o Ministério da Saúde. Em Alexandria, os apoiantes de Mohamed Morsi bloquearam as estradas.

 

Perante este cenário, o Presidente interino, Adly Mansour, decretou o estado de emergência nacional, que deverá durar um mês. Para esta quarta-feira foi também decretado um recolher obrigatório nocturno.

 

O Ministério da Saúde nega que as mortes tenham sido causadas pelas forças de segurança, que, de acordo com a entidade, utilizaram apenas gás lacrimogénio para dispersar os manifestantes. “Os mortos são civis e militares. Aguardamos por mais detalhes”, afirmou um porta-voz do ministério.

 

Esta manhã, as forças de segurança avançaram em veículos blindados contra os apoiantes de Morsi que estavam acampados nas praças de al-Nahda e Rabaa al-Adawiya, desde 3 de Julho e exigiam que Morsi fosse reposto como Presidente do Egipto.  

 

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu à morte do jornalista da Sky News através de uma mensagem no Twitter: “Estou entristecido ao saber da morte do perador de câmara Mick Deane, que cobria a violência egípcia. Os meus pensamentos estão com a sua família e a equipa da Sky News”.

 

Também a Comissão Europeia veio já demonstrar a preocupação com os “acontecimentos extremamente preocupantes” que decorrem no Egipto. “Apelo às forças de segurança a máxima contenção, mas também aos cidadãos egípcios para evitar a escalada de novas provocações. Todos os lados devem assumir a responsabilidade por uma condução ordenada das manifestações”, escreveu Catherine Ashton, alta representante para as relações internacionais e políticas de segurança da União Europeia, em comunicado citado pelo “The Guardian”.

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