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Novo presidente angolano compara-se a Deng Xiaoping

João Lourenço, sucessor de José Eduardo dos Santos, diz que vai trabalhar para fazer reformas no país e diz que vai estudar a privatização de empresas públicas que "estão a custar muito dinheiro aos cofres do Estado".

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29 de Agosto de 2017 às 17:02
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João Lourenço, presidente eleito de Angola, comparou-se ao líder chinês Deng Xiaoping, que governou o país entre 1978 e 1992, e ficou conhecido como o criador do chamado socialismo de mercado.

João Lourenço, em entrevista à agência espanhola Efe, foi questionado se queria o Mikhail Gorbachev angolano, mas evitou comparações com o pai da perestroika soviética. "Reformador? Vamos trabalhar para isso, mas claro, Gorbachev não, Deng Xiaoping sim".

O sucessor de José Eduardo dos Santos, que se encontra em Barcelona, Espanha, para tratamentos oftalmológicos, afirmou à Efe que assume o desafio de ser Presidente angolano "com muita confiança, apesar das dificuldades, traçando como objectivo o "desenvolvimento económico e social".

"Vamos trabalhar para criar bom ambiente de negócios e vamos modificar a nossa política de vistos porque até agora foi um impedimento" adiantou João Lourenço, deixando no ar um convite a investidores estrangeiros para que apostem em Angola.

Para João Lourenço, que poderá tomar posse como Presidente de Angola a 8 de Setembro, as duas vias para melhorar o país serão a diversificação económica e as privatizações.

"O nosso país, Angola, pode sobreviver, tem recursos além de petróleo", afirmou. Para João Lourenço há quatro sectores onde o investimento é prioritário, a agro-indústria, a fileira mineral, a pesca e o turismo.

Sobre as empresas a privatizar, João Lourenço não abriu o jogo, dizendo que caberá ao novo Governo tomar as decisões. "Vamos estudar a privatização daquelas empresas estatais que são pesos mortos para o país, que não são rentáveis e estudar a custar muito dinheiro aos cofres do Estado".

João Lourenço reconheceu que a corrupção é um dos "males" do país e prometeu combater a situação. "O que procuramos, sabemos que não vai ser difícil, é chegar a níveis, não vamos dizer aceitáveis, que existem a nível internacional. E estamos decididos a lutar essa batalha", declarou.

Segundo os dados provisórios da Comissão Nacional Eleitoral, o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) obteve, nas eleições de 23 de Agosto, 61% dos votos, circunstância que lhe permite nomear o cabeça-de-lista do partido, João Lourenço, como Presidente da República, ocupando um lugar que durante 38 anos pertenceu a José Eduardo dos Santos.

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