Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

CCIPA: Banca angolana e portuguesa está mais bem preparada

Os sistemas financeiros português e angolano estão mais bem preparados para reagir a esta crise petrolífera e já têm soluções para os clientes, disse o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA).

13 de Fevereiro de 2015 às 07:37
  • ...

Em entrevista à Lusa, Paulo Varela considerou que o sistema financeiro português está mais bem preparado do que em 2009 "para apoiar o financiamento de curto prazo ou crédito à exportação para suportar a tesouraria das empresas neste período de prazos de pagamento mais alongados" e revelou que "os próprios bancos já disponibilizam produtos de crédito em Portugal por conta de 'recebíveis' em Angola para minorar a dificuldade em transferir as divisas".

 

Com esta operação, que é praticamente isenta de risco, uma vez que as verbas estão disponíveis em kwanzas em Angola, os bancos portugueses podem adiantar o dinheiro em euros, em Portugal, e assim colmatar a dificuldade que as empresas portuguesas estão neste momento a enfrentar para transferir dinheiro para fora de Angola.

 

"Há quantias depositadas em Angola, mas por dificuldades na obtenção de divisas, os pagamentos não ocorrem no prazo normal; aí, o banco cá [em Portugal] pode adiantar e cativar aquelas verbas, para permitir que as empresas cá possam dispor dessas quantias que serão liquidadas quando as transferências forem feitas", explica o antigo responsável da Visabeira.

 

"As empresas e os expatriados também estão a ter dificuldade em transferir com regularidade o vencimento mensal e os bancos podiam fazer o adiantamento das quantias lá", enfatiza o presidente da CCIPA, quando questionado sobre o que deveriam os bancos fazer para ajudar os clientes empresariais e particulares, ressalvando que "isto ajuda no curto prazo, mas não é a solução estrutural para o problema".

 

Outra ideia deixada na entrevista à Lusa é o "incremento dos seguros de crédito e a criação de linhas de crédito à exportação para suportar os prazos de pagamento mais longos", entre outros produtos financeiros que podem ser lançados ou pelos bancos ou até pelo Governo português, "ou em conjunto para minorar o problema".

 

Um dos sectores mais afectados com o adiamento ou suspensão de grandes obras públicas é o da construção, mas Paulo Varela diz-se optimista, até porque "existe uma discriminação positiva das autoridades angolanas face a empresas portuguesas" para "o sector não ser demasiado afectado".

 

As autoridades dos dois países "estão a trabalhar muito de perto para minorar as consequências negativas, mas elas não se podem eliminar", concluiu.

Ver comentários
Saber mais Paulo Varela Portugal Angola CCIPA
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio