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Sócrates: "As imputações que me são dirigidas são absurdas, injustas e infundamentadas"

José Sócrates reage, pela primeira vez, à sua detenção num comunicado enviado à TSF e ao Público, considerando que a "decisão de me colocar em prisão preventiva é injustificada e constitui uma humilhação gratuita". Diz que vai lutar com as armas que tem, e que é a justiça, e que "este caso tem também contornos políticos." Deixa uma palavra ao PS, admitindo que "este processo só agora começou."

Negócios 27 de Novembro de 2014 às 00:35
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Pela primeira vez desde que foi detido, José Sócrates reagiu, considerando que há "circunstâncias devidamente seleccionadas" contra si e que as imputações que lhe são dirigidas são "absurdas, injustas e infundamentadas". E vai mais longe, afirmando que a decisão de o colocar em prisão preventiva "é injustificada e constitui uma humilhação gratuita".

 

As declarações constam num comunicado enviado, através do seu advogado João Araújo, à TSF e ao jornal Público.

 

O ex-primeiro-ministro deixa ainda críticas às fugas de informação, aos órgãos de comunicação e ao sistema de justiça, criticando as fugas de informação e salientando que estas constituem um crime. As fugas de informação põem "em causa os ditames da lealdade processual e os princípios do processo justo."

 

"Será em legítima defesa que irei, conforme for entendendo, desmentir as falsidades lançadas sobre mim e responsabilizar os que as engendraram", garante.

 

E depois de fazer duras críticas sobre as fugas de informação, Sócrates critica o facto de ter sido detido e mantido em prisão preventiva. "A minha detenção para interrogatório foi um abuso e o espectáculo montado em torno dela uma infâmia; as imputações que me são dirigidas são absurdas, injustas e infundamentadas; a decisão de me colocar em prisão preventiva é injustificada e constitui uma humilhação gratuita."

 

"Aqui está toda uma lição de vida: aqui está o verdadeiro poder - de prender e de libertar. Mas, em contrapartida, não raro a prepotência atraiçoa o prepotente. Defender-me-ei com as armas do Estado de Direito - são as únicas em que acredito. Este é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido", acrescenta.

 

E deixa também uma palavra ao PS: "Não tenho dúvidas que este caso tem também contornos políticos e sensibilizam-me as manifestações de solidariedade de tantos camaradas e amigos. Mas quero o que for político à margem deste debate. Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e prejudicaria a Democracia."

 

José Sócrates foi detido na sexta-feira à noite, à chegada ao aeroporto de Lisboa. Ficou detido para interrogatório até segunda-feira, dia em que foram estipuladas as medidas de coacção e que determinaram que o ex-primeiro-ministro ficará em prisão preventiva.

 

(Notícia actualizada às 0h48 com mais declarações) 

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