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Processo-crime a Sócrates "tem contornos políticos", considera advogado

O advogado de José Sócrates considerou esta quarta-feira que o processo-crime que envolve o ex-primeiro-ministro tem "contornos políticos" e disse não saber que crime de corrupção é imputado ao ex-líder socialista.

Rafael Marchante/Reuters
26 de Novembro de 2014 às 20:53
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"Este processo tem contornos políticos. Não é uma opinião, é um facto. A prisão de um ex-primeiro-ministro tem sempre contornos políticos", disse João Araújo em declarações à agência Lusa.

 

O advogado adiantou que, na próxima semana, vai recorrer da prisão preventiva aplicada a José Sócrates pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, pedindo a "libertação plena" por considerar que houve ilegalidade na prisão por questões substanciais.

 

João Araújo afastou, contudo, a possibilidade de apresentar um pedido de "habeas corpus" (libertação imediata), junto do Supremo Tribunal de Justiça.

 

Segundo o advogado, José Sócrates respondeu a todas as perguntas feitas pelo juiz Carlos Alexandre, mas disse que, no final do interrogatório, continuou sem saber os contornos do crime de corrupção que é imputado ao antigo primeiro-ministro.

 

"Está tudo muito fluido e estou a tentar entender bem as coisas", disse à Lusa João Araújo, referindo que "há incongruências que é preciso verificar". 

 

João Araújo disse ainda que, quando Sócrates foi detido na sexta-feira no aeroporto de Lisboa, constava do mandado de detenção o crime de tráfico de influências, mas que este "desapareceu" e não foi abordado no interrogatório judicial.

 

José Sócrates está indiciado de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais e encontra-se em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora.

 

O advogado escusou-se a adiantar os montantes que estarão em causa no processo, depois de vários órgãos de comunicação social terem avançado entre 20 e 25 milhões de euros.

 

"Não leio jornais", justificou.

 

Questionado sobre os comentários do ex-presidente da República Mário Soares, de que há uma "campanha que é uma infâmia" contra Sócrates, João Araújo disse: "Não partilho de coisa nenhuma, embora Mário Soares seja uma personalidade fascinante."

 

"É uma opinião do dr. Mário Soares" acrescentou.

 

O advogado disse que, ainda esta semana, pretende fazer uma visita de trabalho a José Sócrates para "analisar a situação e o despacho do juiz" de instrução.

 

O motorista do ex-governante, João Perna, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e Carlos Santos Silva foram detidos na quinta-feira, igualmente suspeitos da prática de crimes económicos na "operação Marquês".

 

O Tribunal Central de Instrução Criminal decretou a prisão preventiva a José Sócrates, João Perna e Carlos Santos Silva e a obrigatoriedade de apresentação bissemanal no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), proibição de ausência para o estrangeiro e proibição de contactos com os outros arguidos ao advogado Gonçalo Ferreira.

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