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Sócrates acusa Ministério Público de não cumprir os prazos legais na Operação Marquês  

Para José Sócrates, a Procuradora-Geral da República está a permitir que o MP se coloque "numa posição "absolutamente insustentável", ficando "sob suspeita" em todo o processo da Operação Marquês.

16º José Sócrates, 310 notícias - Figura central da Operação Marquês, o ex-primeiro-ministro foi notícia ao longo de todo ano, devido ao processo judicial cujo desfecho deverá ser conhecido em Março
09 de Abril de 2016 às 18:06
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O ex-primeiro-ministro José Sócrates acusou hoje o Ministério Público (MP) de não cumprir os prazos legais, depois da fixação de 15 de setembro como prazo limite para a conclusão do inquérito da Operação Marquês.

 

"O MP não tem esse direito, há prazos para a investigação e esses prazos acabaram a 18 de outubro", referiu, questionado pelos jornalistas à entrada para a conferência "Direitos, Liberdades e Garantias", em Barcelos.

 

Para José Sócrates, a Procuradora-Geral da República está a permitir que o MP se coloque "numa posição "absolutamente insustentável", ficando "sob suspeita" em todo o processo da Operação Marquês.

 

"Sob suspeita de não cumprir prazos legais, de ter abusado dos seus poderes e de não ter dirigido a investigação a um crime mas ter posto todos os seus poderes ao serviço de uma perseguição a alguém", acrescentou.

 

A Operação Marquês conta com 12 arguidos, entre os quais José Sócrates, que esteve preso preventivamente mais de nove meses, tendo esta medida de coação sido alterada para prisão domiciliária, com vigilância policial, a 04 de setembro de 2015.

 

Desde outubro que está em liberdade, embora proibido de se ausentar de Portugal e de contactar com outros arguidos do processo.

 

Sócrates foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.

Há dias, o MP fixou 15 de setembro como prazo limite para que o Ministério Público conclua o inquérito Operação Marquês.

 

Para Sócrates, o MP, com esta operação, está a colocar-se "sob suspeita de ter feito uma detenção e uma prisão politicamente motivadas".

 

"Neste caso, não há propriamente um processo para descobrir um crime. O que há é um alvo e a investigação não é a um crime mas a um alvo. É uma perseguição a alguém", afirmou.

Admitiu que houve "abusos" por parte do MP noutros processos, mas sublinhou que "nunca houve tantos abusos ao mesmo tempo" como no Processo Marquês.

 

"Houve abusos em todo o lado (…). Verdadeiramente, quem está hoje sob suspeita é o MP", disse ainda.

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