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Salgado comprou quatro milhões de euros de acções da EDP com "saco azul" do BES

Origem dos fundos é avançada pelo Observador. Compras tiveram lugar quando o BESI assessorava a China Three Gorges, futuro dono da EDP.

Correio da Manhã
Negócios 09 de Junho de 2016 às 13:24
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A Espírito Santo (ES) Enterprises e a Espírito Management Services, onde se escondia dinheiro não declarado do universo BES, terá financiado a compra particular por Ricardo Salgado de mais de 2 milhões de acções da EDP durante a última fase de privatização da EDP em 2011, numa altura em que o BESI, liderado pelo próprio Salgado, assessorava a China Three Gorges, que veio a ganhar o concurso e ficar dona da eléctrica.

Segundo avança o Observador, os cerca de quatro milhões de euros que Ricardo Salgado gastou na operação terão saído da conta que a ES Enterprises, uma sociedade offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas que era o ‘saco azul’ do Grupo Espírito Santo, tinha na Suíça no Banque Privée Espírito Santo.

O circuito financeiro destes 4 milhões de euros é todo ele opaco, com recurso sistemático por parte de Ricardo Salgado a sociedades sedeadas em paraísos fiscais como o Panamá ou as Ilhas Virgens Britânicas, e foi descoberto durante as investigações à empresa Akoya - sociedade suíça que está no centro do caso Monte Branco. O dinheiro terá partido da Suíça e terminado em Singapura - onde Ricardo Salgado terá dado ordens de compra das acções da EDP, acrescenta o jornal online.


A ES Enterprises e a Enterprises Management Services, que serviam de 'saco azul' do GES, não terão, assim, apenas servido para pagar alegadas remunerações extra a Zeinal Bava, ex-presidente executivo da PT, ou para contrapartidas ilícitas pagas por 'debaixo da mesa', como o Ministério Público suspeita, designadamente ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, mas também para financiar compras do próprio Salgado.

Directa ou indirectamente, Ricardo Salgado terá recebido, no mínimo, um total de cerca de sete milhões de euros das empresas que configuram o chamado 'saco azul' do GES, segundo apurou o Observador junto de fontes judiciais e da família Espírito Santo.

 

Em comunicado enviado às redacções, a defesa de Ricardo Salgado diz  que "não pode deixar de constatar e lamentar que estamos perante a habitual e flagrante violação do segredo de justiça com o intuito de contaminar a opinião pública num único sentido acusatório", considerando que, para esse efeito, "os artigos em questão não recorrem a factos objectivos, mas sim a interpretações e especulações descontextualizadas, em larga medida, com pouco sentido".

"O Dr. Ricardo Salgado manterá o seu comportamento leal e respeitador das investigações em curso, mas não deixará de se defender, no momento certo e no local adequado, que num Estado de Direito não poderá deixar de ser os Tribunais", lê-se ainda no comunicado.

(notícia actualizada às 13h40 com reacção da defesa de Ricardo Salgado)

 

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