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Empresários fazem "like" na revisão do IRC mas não garantem investimento

Gestores e patrões aplaudem a iniciativa do Governo, mas não vêem como adquirida a ideia de que irá ter como consequência mais investimento.

Bruno Simão/Negócios
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"La Palisse" aplicado às empresas e aos empresários: pagar menos impostos agrada de sobremaneira. A revisão do IRC é, portanto, boa. O Governo avançou com a redução da taxa com o argumento de que a reforma desta tributação estimulará o investimento, compensando as quebras de receita nos cofres do Estado. Mas o raciocínio é negado pela quase totalidade dos gestores e patrões ouvidos pelo Negócios.

A maioria defende que o estado actual do tecido empresarial levará, em muitos casos, a que essa redução da carga fiscal não tenha um reflexo imediato na subida do investimento. Embora possa ajudar, em certa medida, as empresas depauperadas na sua tesouraria a reforçarem os capitais próprios.

"Qualquer redução da carga fiscal sobre as empresas disponibiliza fundos para investimento. Agora se elas o vão fazer ou não depende de cada uma. São facultados às empresas meios para fazer investimento. Depois depende delas a decisão de o fazerem", disse ao Negócios o CEO da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira. A particularização chega logo de seguida: "Se dependesse da Sonae Sierra, de certeza que essa poupança na carga fiscal se traduzirá em investimento".

No sector do mobiliário, o CEO dos colchões Molaflex, Victor Marinheiro, acredita que a reforma não terá grande impacto para as PME: "Não terá grande efeito sobre o investimento, poderá ajudar à gestão corrente", ao pagamento de salários ou ao reforço de tesouraria.

José Félix Morgado, da Inapa, sustentou que o Governo está a dar os "passos certos". O gestor defende que, mesmo que as poupanças não se reflictam em investimento directo, dotarão as empresas de mais um factor de competitividade. E considera que a própria ajuda ao pagamento de salários é um "investimento" na economia, uma vez que pode levar ao crescimento do consumo no mercado interno.

Na Emparque, gestora de parques de estacionamento, o sentimento é semelhante. O CEO, Pedro Mendes Leal, crê que é mais uma iniciativa do Governo que mostra foco no tecido empresarial. E que, mesmo que a reforma não liberte dinheiro para investimento, "ajudará as empresas a recapitalizarem-se" num momento em que têm dificuldade em aceder à banca.

No mais tradicional sector do calçado, o CEO da Savana, Jorge Fernandes, não acha que o conjunto de medidas tenha dimensão para levar as empresas a investirem, lançando a questão: "É por pagar menos IRC que vou passar a investir?".

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