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Kamala Harris admite aumentar o IRC de 21% para 28%

A medida apresentada pelo porta-voz da campanha de Harris à presidência dos EUA contrasta com os planos de Donald Trump para a economia norte-americana. O antigo presidente dos EUA quer diminuir os impostos sobre as empresas e prolongar as isenções fiscais.

EPA
20 de Agosto de 2024 às 11:19
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A atual vice-presidente norte-americana e candidata democrata à corrida presidencial Kamala Harris prometeu aumentar os impostos sobre as empresas de 21% para 28%, caso seja eleita Presidente dos EUA em novembro.

O anúncio foi feito por James Singer, porta-voz da campanha de Harris à Casa Branca, que descreveu a medida como "uma forma fiscalmente responsável de voltar a pôr dinheiro nos bolsos dos trabalhadores e assegurar que os bilionários e as grandes corporações pagam uma parte justa", segundo cita a agência de notícias, Reuters.

Quando Donald Trump ocupou a presidência dos EUA, o candidato republicano à Casa Branca decidiu diminuir o IRC de 35% para 21%, além de ter implementado uma série de isenções fiscais que chegam ao fim já em 2025. Caso seja eleito, Trump promete fazer com que estes cortes sejam permanentes. 

No entanto, para conseguirem avançar com os seus planos, tanto Harris como Trump vão necessitar do apoio do Congresso norte-americano, uma vez que alterações nas leis tributárias do país necessitam de apoio deste órgão legislativo bicamaral. A corrida para controlar a Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA avizinha-se renhida e a balança pode pender para qualquer um dos lados nas eleições de 5 de novembro.

De acordo com o Comité para um Orçamento Federal Responsável norte-americano, o aumento de impostos proposto por Harris permitiria reduzir o défice dos EUA em cerca de um bilião de dólares no espaço de mais de uma década. No entanto, e de acordo com o Financial Times, caso a medida vá em frente, o IRC do país tornar-se-ia um dos mais elevados entre as economias mais avançadas – uma medida que está a ser extremamente criticada pelos empresários norte-americanos.

Uma convenção pela liberdade

O anúncio foi feito horas antes da Convenção Nacional do Partido Democrata, onde Joe Biden, o atual presidente dos EUA, centrou as atenções, num discurso de despedida ao partido que serviu durante meio século, apesar de ainda ocupar o cargo político mais elevado do país durante mais cinco meses.

Depois de ter sido apresentado pela sua filha Ashley, Biden agarrou o microfone em lágrimas e perguntou aos milhares de presentes se estavam prontos para votar na "liberdade", "democracia" e "pelo futuro dos EUA", valores personificados nas candidaturas de Kamala Harris e Tim Walz. 

Num discurso marcado por vários atropelos na leitura do teleponto, Biden aproveitou ainda para criticar Donald Trump e afirmar-se como o "melhor voluntário" na campanha de Harris à Casa Branca, que já bateu vários recordes de angariação de fundos e conseguiu reverter as sondagens a favor do Partido Democrata em vários Estados. 

Antes da intervenção de Biden na convenção democrata, Harris já tinha apresentado um discurso semelhante ao do atual presidente dos EUA, pautado pela defesa dos valores democráticos, que diz estarem ameaçados por Trump. "Lutemos pelos ideais que prezamos e lembremo-nos sempre: quando lutamos, vencemos", exclamou Kamala Harris, que deve aceitar a nomeação democrata na quinta-feira.

A centrar as atenções esteve ainda Hillary Clinton, a candidata do partido à corrida presidencial de 2016, que acabou por perder contra Donald Trump. No entanto, a antiga secretária de estado já virou essa página da história e, recebida com fortes aplausos. Hillary anunciou um "novo capítulo para a história da América", que passa por Kamala Harris. 

Notícia atualizada às 11h40

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