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Kamala Harris com agenda climática “mais ambiciosa” do que a de Biden

A vice-presidente dos EUA tem sido a porta-voz das prioridades climáticas da Administração Biden no país e no estrangeiro.

22 de Julho de 2024 às 14:56
EPA
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Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, tem uma agenda climática "mais ambiciosa" do que a do presidente Joe Biden, assinalam os analistas da Bloomberg na altura em que o atual presidente desiste da corrida a um segundo mandato na Casa Branca a favor da sua vice-presidente.

Como vice-presidente, Harris tem sido frequentemente porta-voz das prioridades climáticas da Administração Biden no país e no estrangeiro. Harris, 59, substituiu Biden na Cimeira do Clima (COP28) no ano passado, onde anunciou que os EUA contribuiriam com três mil milhões de dólares para um fundo de ajuda climática para países em desenvolvimento.

Em 2019, quando Harris, então senadora dos EUA pela Califórnia, lançou a sua disponibilidade para trabalhar na Casa Branca, apoiou um imposto sobre o carbono e propôs 10 triliões de dólares em investimentos climáticos públicos e privados. Também disse que iria trabalhar para proibir o "fracking", um método que possibilita a extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo. Isso motivou na altura ataques republicanos quando Biden se tornou o candidato dos democratas e a escolheu como o seu braço direito.

No passado, Kamala Harris também patrocinou projetos de lei sobre a equidade climática e apoiou um esforço da tribo Standing Rock Sioux para encerrar o oleoduto Dakota Access. Segundo a Bloomberg, Harris tem um historial de luta contra as empresas de petróleo e gás e de dar prioridade à justiça ambiental em particular. Em 2016, enquanto procuradora-geral da Califórnia, processou a Southern California Gas Co. por uma fuga de metano perto de Los Angeles que levou à evacuação de 4 000 famílias. No mesmo ano, processou a BP Plc por violar as leis de armazenamento em cerca de 780 estações de serviço. Tanto a empresa de serviços públicos como a BP acabaram por concordar em pagar milhões para resolver os casos.

Na Administração Biden, tem sido uma defensora da Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês), o maior investimento na redução das emissões e no aumento da energia limpa na história do país. Juntos, Biden e Harris, prometeram que os EUA reduziriam para metade as suas emissões até 2030. Os EUA voltaram também a aderir ao Acordo de Paris, depois de Trump ter retirado o país do acordo global climático quando foi presidente. A dupla também criou o papel de enviado presidencial especial para o clima, entre outras ações. Esta agenda representa um forte contraste com as ideias políticas de Donald Trump, de 78 anos, que apela à eliminação do IRA e frequentemente critica os veículos elétricos e a energia eólica.

Kamala Harris considera a crise climática "um dos assuntos mais urgentes do nosso tempo", salientando que "chegámos a um ponto em que a maioria das pessoas já não pode negá-la, porque é tão óbvia".

Neste domingo, após a desistência de Joe Biden se recandidatar à presidência dos EUA, apoiando Kamala Harris, a atual vice-presidente agradeceu a Joe Biden, na rede social "X", "a sua extraordinária liderança como Presidente dos Estados Unidos e as suas décadas de serviço ao nosso país. Sinto-me honrada com o apoio do Presidente e a minha intenção é merecer e ganhar esta nomeação".

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