Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

320 milhões, 700 casas, sete anos de obras. Novo projeto da Matinha em consulta pública

Projeto prevê a criação de 400 postos de trabalho na construção e 1.450 na fase de exploração. Não deverá ser concluído antes do início da próxima década. O terreno já foi de Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica.

20 de Agosto de 2024 às 14:06
  • 2
  • ...

Entrou em consulta pública o Loteamento B do plano de Pormenor da Matinha, que prevê a construção de 702 fogos numa área industrial da capital que ainda por recuperar, junto do Parque das Nações.

A notícia foi inicialmente avançada pelo Observador.

Contando com a descontaminação do terreno e a construção propriamente dita, os trabalhos deverão demorar pelo menos sete anos. "Iniciaremos os trabalhos o mais cedo possível assim que estiverem reunidas todas as condições necessárias aos mesmos", confirma ao Negócios a VIC Properties, promotora do projeto.

O investimento, da responsabilidade da promotora VIC Properties, será de 320 milhões de euros, lê-se nos documentos publicados no portal participa.

A VIC Properties, no entanto, não confirma o valor. "É prematuro responder a esta questão. Apenas poderemos dar valores mais concretos numa fase mais avançada do projeto", esclarece, acrescentando que se trata "da maior reconversão em Portugal de um antigo, e altamente degradado, espaço industrial, com os respetivos problemas de contaminação de solos que o mesmo acarreta, numa das mais sustentáveis e integradas zonas habitacionais em Lisboa".

"Juntamente com o Prata Riverside Village - projeto contiguo à Matinha e localizado na frente ribeirinha de Marvila, também este em fase final de consolidação e conclusão pela VIC Properties -, o projeto da Matinha irá concluir a maior e mais impactante requalificação urbana jamais feita por capitais privados após a Expo 1998 em Lisboa, da qual a VIC terá um enorme orgulho em ser a força motriz por detrás de tão importante iniciativa", conclui.

A operação prevê a reconversão de um total de 127 mil metros quadrados, repartidos entre 92.618 m2 destinados a habitação (73%), 19.928 m2 a terciário (16%) e 15.000 m2 a uso turístico (12%). "O número máximo de fogos para as parcelas abrangidas por este loteamento é de 702", acrescenta a informação disponibilizada.


O projeto vai criar, no total, quase 2 mil postos de trabalho, sendo que parte são temporários. "Prevê-se que as fases de descontaminação dos solos e de construção das infraestruturas gerais e, posteriormente, das infraestruturas e dos edifícios de cada lote previsto empreguem cerca de 400 trabalhadores, embora com caráter temporário", sendo que "o emprego direto previsto para a fase de exploração estima-se em cerca de 1.450 postos de trabalho, orientados sobretudo para a ocupação terciária prevista no loteamento (1400 postos de trabalho) e contemplando também os postos de trabalho associados aos serviços e à manutenção das áreas de habitação (50 postos de trabalho)".


O projeto só estará concluído, na melhor das hipóteses, no início da próxima década, dado que a fase de descontaminação do solo deverá uma duração de cerca de 12 meses, após a qual a fase de construção está estimada em cerca de 6 anos, a desenvolver de forma faseada.

A duração do processo de descontaminação é influenciada pelo uso industrial pesado que teve no passado. "Os terrenos encontram-se severamente afetados pelos processos industriais poluentes do passado recente, sendo que, é necessário efetuar a sua descontaminação e garantir a devolução destes ao uso urbano em condições seguras para a saúde pública e o ambiente. A descontaminação deverá seguir um Plano de Descontaminação que está em elaboração.

"O volume total estimado de solos contaminados é de 49.581m3", estima a fase prévia do estudo de impacte ambiental.

Uma das marcas mais visíveis desse passado é o esqueleto dos gasómetros da antiga fábrica de gás de Lisboa.

A versão prévia do Estudo de Impacte Ambiental propõe, para minimizar os aspetos negativos do projeto, um conjunto de medidas incluindo a elaboração de um "projeto de conservação e restauro dos elementos a preservar nos antigos gasómetros, analisando a viabilidade de preservação máxima da integridade dos gasómetros a relocalizar, para que possam ser integrados em circuitos patrimoniais locais, propondo-se a avaliação, planificação e execução de um projeto interpretativo para os mesmos".

O terreno em causa já foi do antigo presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, que o venderia à BES Vida. O ativo passaria para a esfera do Novo Banco. Em maio de 2021, Vieira afirmaria na Comissão de Inquérito às perdas do Novo Banco que esse fora o "pior erro de gestão" da sua vida.

Notícia atualizada às 14h36 com esclarecimentos da promotora.

Ver comentários
Saber mais Investimentos Matinha Luís Filipe Vieira Banco Espírito Santo Matinha VIC Properties
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio