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Centeno: “Temos de tornar as carreiras financeiramente sustentáveis”

Os sindicatos duvidam que haja condições para o fazer, mas a avaliar pelas palavras do ministro das Finanças, a intenção mantém-se. O Governo está disponível para negociar o tempo de serviço, acelerando as progressões, mas insiste na necessidade de alterar as carreiras.

Bruno Simão/Negócios
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O ministro das Finanças insiste: o Governo está disponível para debater o processo "difícil e complexo" de recuperação do tempo de serviço prestado entre 2011 e 2017, acelerando as progressões de alguns profissionais, mas quer também que as carreiras se tornem "financeiramente" mais sustentáveis.

Na comissão de Trabalho e Administração Pública, onde está a ser ouvido, Mário Centeno afirmou que é preciso evitar que, num futuro período de congelamento de progressões, o tempo de serviço volte a ficar congelado, como tem acontecido frequentemente, por razões orçamentais. O que só é possível se as carreiras forem mais sustentáveis ou, por outras palavras (que o ministro não utilizou), se tiverem progressões mais lentas.

"Procuraremos soluções sustentáveis que não voltem a parar o cronómetro. Temos de tornar as carreiras da administração pública sustentáveis financeiramente", afirmou Mário Centeno, aos deputados.

Em causa está uma ideia quea equipa das Finanças tem repetido de formas diferentes e que a UGT considera que não se concretizará.

A questão tem gerado alguma tensão entre o Governo e os sindicatos de professores, que não aceitam qualquer revisão da estrutura da sua carreira.

Na sexta-feira passada, após a última reunião com os professores, a secretária de Estado da Administração Pública, Fátima Fonseca, afastou o cenário de  uma revisão da carreira docente nos próximos tempos.

"Estamos disponíveis para discutir todos os temas. Nós sabemos que o cenário de diálogo neste quadro com os nossos parceiros não coloca em cima da mesa uma revisão da carreira docente neste ‘timing’, neste momento, o que não quer dizer que as questões não possam ser ponderadas", afirmou a secretária de Estado aos jornalistas, em resposta à questão colocada pelo Negócios.

O descongelamento de progressões custará 650 milhões de euros nos próximos três anos e a eventual recuperação do tempo, que também não se prevê que seja feita de um momento para o outro (se chegar a sê-lo), custaria outros mil milhões de euros, segundo cálculos do Governo.

Destes mil milhões, 600 milhões dizem respeito à recuperação do tempo na carreira dos professores. O Governo já assinou um compromisso para que o tempo de serviço prestado pelos docentes entre 2011 e 2017 seja reconhecido até ao final da próxima legislatura, o que na prática pode acelerar as progressões dos docentes entre 2019 e 2023.

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