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Patrões do Minho contra “a disparidade muito grande entre o que as empresas pagam e o que os trabalhadores recebem”

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) arrasa a proposta do Orçamento do Estado para 2023.

Ricardo Costa, presidente da AEMinho.
11 de Outubro de 2022 às 16:46
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Apesar de ter notado "o sinal relativamente ao acordo sobre os rendimentos", a Associação Empresarial do Minho (AEMinho) defende que "o foco deveria incidir sobre uma descida efetiva, concreta e duradoura dos impostos sobre o trabalho, de forma a permitir uma maior competitividade das empresas ao contratar".

 

"Continuamos a assistir a uma disparidade muito grande entre aquilo que as empresas pagam aos trabalhadores e aquilo que os mesmos efetivamente recebem", considera a associação presidida por Ricardo Costa, num comunicado em que arrasa a proposta do Orçamento do Estado para 2023.

 

Por outro lado, sublinha, "a tributação sobre horas extraordinárias continuou a ficar de fora das medidas adotadas neste Orçamento".

 

A AEMinho entende, também, que "o caminho de compromisso do Governo em acelerar os pagamentos do Estado a fornecedores, embora pareça per si uma medida entusiasmante, parece um sinal económico ou de estratégia económica que não deveria ser estrutural na economia, na medida em que o Estado não deveria ser um contratante relevante no país, ao ponto de esta medida poder ter significado efetivo na tesouraria das empresas", explica.

 

Para esta organização patronal, "as questões relacionadas com medidas de incentivo ao desenvolvimento empresarial assentes no financiamento não representam desde logo um esforço do Governo e não resolvem problemas estruturais do tecido empresarial e da sua sobrevivência no sistema português".

 

E foi "com alguma surpresa e preocupação" que a AEMinho deu conta do "estabelecimento de um acordo a seis anos entre os parceiros sociais, sem que exista uma única medida estrutural inscrita nesse mesmo acordo", denuncia.

 

Mais: "As medidas que incentivam o aumento dos salários, cumpridos os três requisitos impostos pelo Governo, retornando em sede de IRC, destinam-se a 24,5% das empresas portuguesas e ficam de fora praticamente todas as PME, que representam a maioria do nosso tecido empresarial", conclui.

 

"Em termos de população ativa, esta medida poderá beneficiar indiretamente apenas a cerca de 20% da população ativa em Portugal. Parece-nos insuficiente, pouco esclarecido e definitivamente não estrutural esta medida", acusa a AEMinho.

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