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OE2022: Leão acredita que abate da dívida da CP dispensa "autorização" de Bruxelas

"Estamos convencidos de que, no quadro das atuais regras, conseguimos enquadrar redução da dívida da CP", referiu. Medida, inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), vai permitir "limpar" de uma vez só mais de 85% da dívida da CP.

Mariline Alves
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O ministro das Finanças, João Leão, afirmou esta sexta-feira que não vai pedir autorização à Comissão Europeia para avançar com o abate de 1.815 milhões na dívida da CP. A medida, inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), vai permitir "limpar" de uma vez só mais de 85% da dívida da CP.

"Estamos convencidos de que, no quadro das atuais regras e no âmbito do contrato de serviço público, conseguimos enquadrar a redução da dívida da CP tal como já tínhamos feito nos últimos anos", referiu o ministro das Finanças, à margem da conferência organizada pelo ISEG e pelo jornal digital Eco.

Na proposta de OE2022 entregue pelo Governo na segunda-feira no Parlamento, prevê-se uma verba de 1.815 milhões de euros para a CP que reduza significativamente a dívida, que estava nos 2,132 mil milhões de euros no final de 2020. A medida visa ainda dar um novo impulso aos investimentos da empresa.

"Este ano o Governo já está a reduzir a dívida da CP. Para o ano, pretendemos continuar essa trajetória de redução significativa da dívida da CP, mas fazê-lo com a preocupação de enquadrá-la para que não seja considerada no Orçamento do Estado", sinalizou ainda o ministro João Leão.

Sem os "bloqueios" impostos pela dívida, a CP ganhará também autonomia de gestão, podendo avançar avançar com a compra de material circulante mais rápido, tendo em conta que, tal como referiu o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a empresa pública demora meses a comprar, por exemplo, "umas rodas".

A falta de autonomia de gestão levou Pedro Nuno Santos a criticar o ministro das Finanças, João Leão, ao dizer que, se a solução estivesse nas suas mãos, as dificuldades financeiras da CP já não existiriam. "Se dependesse de mim o problema estava resolvido", referiu o ministro das Infraestruturas.

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