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Governo trabalha imagem externa do país em véspera de OE   

Costa foi à China garantir aos empresários que não haverá surpresas nos impostos. Centeno foi descansar a DBRS quanto ao crescimento e metas orçamentais.   

Miguel Baltazar
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O Governo está preocupado com a imagem externa de Portugal e, em vésperas da entrega do Orçamento do Estado para 2017, o primeiro-ministro e o ministro das Finanças concentraram-se a tentar descansar potenciais investidores externos e agências de "rating" quanto ao ambiente político, económico e financeiro em Portugal. Uma estratégia diferente da que foi usada no anterior Orçamento, quando as atenções do Governo se focaram principalmente em conseguir o sim dos parceiros internos para aprovar do primeiro Orçamento do Estado deste Governo.

 

"Não houve qualquer tipo de aumento da carga fiscal, nem está previsto qualquer tipo de aumento da tributação sobre as empresas", disse este domingo o primeiro-ministro, António Costa, na China onde está em visita oficial. Costa tenta captar investimento para Portugal e a reacção do primeiro-ministro chinês não se fez esperar: "Ouvir do primeiro-ministro português que não haverá aumento da carga fiscal é uma boa notícia para as empresas chinesas", afirmou Li Keqiang.

 

No final da semana passada, foi a vez da equipa das Finanças avançar noutra frente de batalha. Mário Centeno esteve reunido sexta-feira com a DBRS e foi o 'key note speaker' de um almoço organizado por esta agência de "rating", que contou com a presença de investidores. A escolha de participar na encontro da DBRS não é por acaso - esta é a única agência que mantém Portugal no programa de compra de dívida do Banco Central Europeu. "As conversas na reunião com a DBRS correram bastante bem, houve uma actualização da informação disponível sobre o país, da execução orçamental, dos dados macroeconómicos. Foi uma reunião bastante construtiva", contou o ministro à Reuters.

 

Antes, o secretário de Estado do Tesouro e Finanças tinha garantido que o próximo Orçamento respeitará os compromissos europeus. "Para o ano que vem, atendendo aos compromissos europeus, temos de assegurar um ajustamento estrutural, o que será feito, de um valor superior a 0,5% ou 0,6%, e isso implicará um défice ligeiramente abaixo dos 2%", afirmou Ricardo Mourinho Félix à Reuters.

 

Estas declarações pretendem combater a ideia de que Portugal é um país que não cumpre os seus compromissos, com um quadro político avesso à iniciativa privada. "É natural que tenha havido alguma incerteza sobre o que significaria essa solução de Governo, o que poderia representar em termos de governação", admitiu o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares em entrevista ao Negócios/Antena 1. "Essa incerteza durará até ao momento em que nós de forma clara, objectiva e concreta mostrarmos os resultados da nossa execução orçamental", defendeu Pedro Nuno Santos. 

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