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Marques Guedes: "Se Portugal voltasse a fazer as mesmas asneiras" teria de pedir nova ajuda

Luís Marques Guedes deixou um alerta sobre o futuro do país: se Portugal caísse "na loucura de voltar" às políticas do passado "o futuro não seria risonho".

Luís Maria de Barros Marques Guedes – Ministro da Presidência e do Desenvolvimento Regional;
Bruno Simão/Negócios
17 de Maio de 2014 às 13:42
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Luís Marques Guedes recusa que a União Europeia tenha feito qualquer tipo de ameaça quando salientou que Portugal poderia ter de pedir um novo resgate financeiro se o ajustamento corresse mal por questões internas. Bruxelas pediu mesmo cautela em relação às promessas eleitorais.

 

"Não vejo qualquer tipo de ameaça. Acho que é evidente que se Portugal voltasse a fazer as mesmas asneiras o resultado era o mesmo. É a constatação de uma evidência", afirmou o ministro da Presidência durante a conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros extraordinário agendado para este sábado, 17 de Maio, como acto simbólico da saída da troika.

 

"Mesmo o sr. Presidente da República referiu-se várias vezes à necessidade de não voltarmos aos erros que nos conduziram à situação de bancarrota. Os resultados voltarão a ser dramáticos para o país" caso as políticas que foram seguidas até 2011 voltem a ser implementadas.

 

"Este Governo assumiu funções com um encargo muito duro e difícil. Podemos dizer que o essencial das obrigações está cumprido, mas há um caminho a percorrer para não cairmos na mesma situação de bancarrota", salientou.

 

Marques Guedes salientou que a "situação de necessidade está superada" e que o "país é olhado [de forma diferente] e tem condições completamente diferentes" das que tinha em 2011, "mas se caísse na loucura de voltar ao mesmo tipo de política o nosso futuro não seria risonho."

 

O ministro da Presidência considera que as palavras da Comissão Europeia têm de ser vistas como uma "chamada à realidade. É uma constatação de uma evidência", reiterou.

 

Em causa estão posições assumidas por Bruxelas que alertou o Governo que não poderá pedir um programa cautelar se "saída limpa" falhar devido a motivos internos. "Há limites ao que pode ser oferecido nas eleições", sublinhou fonte oficial.

  

Carlos Moedas aproveitou para voltar a explicar a decisão da saída limpa. "Uma decisão definitiva que foi pensada, medida pelo Governo. Por este Governo. Tomámos esta decisão com toda a certeza de que é a melhor decisão para os portugueses e para o nosso país". 

 

Até porque, acrescentou, "um programa cautelar quando accionado também se trasnforma num outro programa".

 

Moedas: "Investidores têm garantia da capacidade do Governo"

 

"Penso que os investidores têm a garantia do que é a capacidade do Governo", afirmou Carlos Moedas, secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, durante a conferência de imprensa.

 

"Hoje Portugal consegue mostrar a capacidade de fazer, de alcançar", mas há um caminho ainda para fazer, sublinhou. "Os investidores vão ter um olhar diferente do que é o olhar da troika. Vamos ter uma maior responsabilidade de comunicação, de conseguir ir passando mensagens do que vamos fazendo."

 

O que foi feito nos últimos três anos dá "conforto de que Portugal é um país que cumpre e não tem nada que se possa apontar sobre o que consegue fazer", salientou o secretário de Estado-adjunto.

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