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Lucro do fundo de resgate da Zona Euro dispara 64% para 729 milhões

O fundo de resgate da Zona Euro lucrou 729 milhões de euros em 2015, um aumento de 64% face aos 444 milhões de 2014 e não distribuirá dividendos. Lucro com empréstimos a Estados-membros ronda os 176 milhões de euros.

Bruno Simão/Negócios
16 de Junho de 2016 às 14:05
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O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o fundo de resgate da Zona Euro, registou um lucro de 729 milhões de euros em 2015, um aumento de 64% face aos 444 milhões registados em 2014. O lucro é explicado principalmente pela diferença entre juros pagos e recebidos nos empréstimos concedidos a Grécia, Espanha, Irlanda, Chipre e Portugal – 176 milhões de euros – e pelos investimentos feitos com os 80 mil milhões de euros do capital subscrito do MEE que renderam um pouco menos de 600 milhões de euros. O lucro não será distribuído.

"O MEE registou um lucro modesto, que propôs que seja adicionada à sua almofada contra potenciais tempos difíceis no futuro", escreve Klaus Regling, o presidente do fundo, na nota introdutória ao relatório anual de 2015, onde se faz um balanço positivo da situação económica e institucional da Zona Euro, deixando avisos a Portugal para não se desviar do caminho de reformas.

No relatório lê-se que "o MEE registou um resultado líquido de 729,4 milhões de euros, comparados com um resultado líquido de 443,9 milhões de euros de 2014", explicando-se que "o resultado operacional do MEE é principalmente explicado pela margem financeira na sua actividade de crédito e pelo retorno do investimento do capital subscrito" pelos Estados-membros.

É esse capital que garante ao MEE ter um "rating" máximo pelas agências de notação de risco de forma a poder financiar-se nos mercados para emprestar aos Estados-membros em dificuldades. MEE e o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) têm em conjunto capacidade para emprestar até 700 mil milhões de euros, dos quais foram ou comprometidos usados até agora 310 mil milhões de euros.
      

No ano passado, revela ainda o relatório, Portugal, Chipre, Espanha, Irlanda e Grécia pagaram em conjunto 483,7 milhões de euros pelo financiamento recebido do MEE, tendo o fundo pago 307,7 milhões em juros associados às suas emissões de dívida, sendo que "o investimento do capital subscrito deu o principal contributo para os resultados do MEE", com os juros recebidos por investimentos a caírem de 197,9 milhões em 2014 para 139,2 milhões em 2015, mas com o resultado obtido com a vendas de títulos de dívida a subir de 102,9 milhões para 438,7 milhões de euros, lê-se no documento.

Os custos operacionais do MEE aumentaram 20% de 41,7 milhões para 50 milhões de euros, um acréscimo explicado "principalmente por mais pessoal e custos indirectos associados e pelo fortelacimento do contexto de controlo interno", justifica-se o relatório.

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