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Governo prepara novo reembolso antecipado ao FMI

O Governo diz que já iniciou conversações com o Mecanismo Europeu de Estabilidade para obter autorização com vista a fazer um novo pagamento antecipado a Washington do empréstimo concedido no tempo da "troika".

Miguel Baltazar/Negócios
20 de Abril de 2017 às 16:53
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O secretário de Estado Adjunto e das Finanças revelou que o Governo está a preparar um novo reembolso antecipado ao FMI do valor do empréstimo concedido no âmbito do programa de assistência económica e financeira em 2011, de forma a baixar os custos com a dívida.


"Estamos já a discutir com o Mecanismo Europeu de Estabilidade uma nova autorização para antecipar pagamentos ao FMI, para reduzir o custo médio da nossa dívida. Estamos comprometidos a pagar a dívida e fazer o rácio [sobre o PIB] descer o mais depressa possível, mas num cenário sustentável," afirmou Ricardo Mourinho Félix, em entrevista à televisão norte-americana CNBC.

O valor do ou dos possíveis novos reembolsos não foi avançado, tal como também não foi adiantada nenhuma data para que venham a acontecer.


O governante refere que, depois do dinheiro injectado na Caixa Geral de Depósitos para a recapitalizar em condições de mercado e de o BCP ter deixado de beneficiar da ajuda de Estado, devolvendo o dinheiro público investido na instituição, "no próximo ano vamos estar numa situação para reduzir dívida", enquadrando nesta afirmação a intenção de devolver mais uma tranche ao FMI.


A 18 de Fevereiro passado, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o país tinha reembolsado 1.700 milhões de euros do empréstimo do FMI, levando a que ficasse saldado metade do empréstimo concedido a Portugal no âmbito do resgate.

Em 2011, o país recebeu da instituição sediada em Washington um empréstimo de 26,3 mil milhões de euros no âmbito de um total de 78 mil milhões concedidos pela União Europeia e FMI. No final do ano passado, estavam por pagar cerca de 16 mil milhões de euros. Em Novembro, uma nova tranche de 2.000 milhões entrou nos cofres da entidade liderada por Christine Lagarde.

De acordo com as contas do Ministério das Finanças, a estratégia iniciada em Março de 2015 de reembolsar antecipadamente o FMI - que cobra juros mais altos do que os parceiros europeus - tinha proporcionado até Fevereiro passado poupanças de 900 milhões de euros em juros.

(Notícia actualizada às 17:09 com mais informação)

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