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Mourinho Félix: Agências de "rating" têm dificuldade em justificar "lixo"

O secretário de Estado das Finanças defende que o Portugal de 2017 é "muito diferente" do de 2014 e que as agências de notação financeira "estão a começar a perceber que a nossa história é credível e de progresso".

Miguel Baltazar/Negócios
20 de Abril de 2017 às 15:57
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Na véspera de a única agência de rating que classifica a dívida portuguesa em grau de investimento, a DBRS, se pronunciar sobre a evolução económica e financeira do país, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, diz que é cada vez mais difícil para as outras três agências – S&P, Moody’s e Fitch – continuarem a justificar a colocação do rating soberano do país na categoria "lixo".


"Diria que estas três agências de ‘rating’ vão ter dificuldades crescentes em explicar porquê e como têm mantido o 'rating' por um período tão prolongado de tempo, quando o Portugal de 2017 é muito diferente do Portugal de 2014," afirmou esta quarta-feira, 20 de Abril, o governante em declarações à estação de televisão norte-americana CNBC, à margem dos encontros de Primavera do FMI em Washington.

Sobre possíveis mexidas esta sexta-feira por parte da agência canadiana, o secretário de Estado disse não esperar alterações nem no "outlook" (estável) nem no rating em si mesmo (BBB low).

"A DBRS está confortável com o 'rating' atribuído e Portugal tem sido muito importante em termos de dar credibilidade ao facto que a DBRS acredita que Portugal deve continuar em grau 'investimento', e está a comportar-se como um país com grau de ‘investimento’," afirmou.

O responsável diz-se ainda convicto de que a agência canadiana está a par dos "progressos" feitos na banca e no crédito malparado e que estes passaram agora a ser os factores mais discutidos, quando há um ano as dúvidas recaíam na estabilidade e nos resultados orçamentais.

"Hoje em dia esses já não são assuntos-chave," considera, indicando que depois de "quase todos os problemas relacionados com o sector [bancário estarem] quase resolvidos, o próximo passo" é o malparado. 


"Há três grandes agências de rating que ainda [nos] mantêm abaixo do nível de investimento, é verdade, [mas] penso que estão a começar a perceber que a nossa história é credível e de progresso," acrescentou.

Actualmente as quatro agências de rating em causa dão "outlook" estável a Portugal, com a Standard&Poor's e a Fitch a atribuírem um rating de longo prazo BB+ e a Moody's uma notação de Ba1 (nos três casos o primeiro nível de "lixo").

(Notícia actualizada às 16:50 com mais informação)

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