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César das Neves: “A única alternativa é o caos”

Economista diz que entre os partidos da oposição e os sindicatos “a mentira anda a prémio”. Seguro, por exemplo, “sabe que renegociar o programa de ajustamento é um mito impossível. Quando o PS for Governo ninguém, nem ele próprio, gastará um minuto a pensar nisso”.

01 de Julho de 2013 às 11:53
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“António José Seguro sabe perfeitamente que a sua ideia de renegociar o programa de ajustamento é um mito impossível. Quando o PS for Governo ninguém, nem ele próprio, gastará um minuto a pensar nisso”, escreve João César das Neves no “Diário de Notícias”. O professor de Economia da Universidade Católica considera que o líder do PS só fala em renegociar o programa “porque não pode assumir publicamente que não tem alternativa credível ao caminho que o País segue”. “De certa forma, o que afirma até é lisonjeiro para o Governo, admitindo implicitamente que nestas condições não se pode fazer melhor. Por isso invoca uma inverosímil mudança de circunstâncias”.

 

Também fazer o que o PCP e BE propõem “seria balbúrdia e miséria” porque Portugal hoje só consegue financiar-se através dos fundos de emergência do FMI e UE que vêm com “as difíceis condições de ajustamento” e segui-las “é a única forma de algum dia o País recuperar a credibilidade externa e regressar à normalidade”.

 

Os líderes das principais centrais sindicais perceberão igualmente que “as greves são uma perda de tempo” mas “têm de apresentar serviço e fingir que existe outra política que evitaria os sacrifícios” – “sempre com o cuidado de deixar omissos os contornos dessa solução milagrosa”. “Tal como os partidos da oposição, fazem dos protestos uma cortina fumo para esconder o facto de nunca terem dito, afinal, o que é que queriam que se fizesse, e como se pagava”.

 

A situação portuguesa, escreve, é dura mas evidente. “Temos uma das maiores dívidas externas do mundo. É claro que nunca a poderemos pagar, nem ninguém quer que o façamos. O que é preciso é estancar a sangria e pôr a casa em ordem, de forma a colocar a dívida em trajectória descendente, honrando os juros. Para isso surge a austeridade a que temos assistido. Senão é falência, descrédito, isolamento. A única alternativa é o caos, que vemos noutras longitudes", conclui.

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