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Centeno não fecha porta ao Eurogrupo

Em entrevista ao Expresso, o ministro das Finanças diz que as negociações com o BE e PCP são hoje mais "informadas" e que é uma possibilidade real a revisão de escalões do IRS.

Miguel Baltazar/Negócios
27 de Maio de 2017 às 11:14
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O ministro das Finanças diz que "não seria responsável" colocar de lado a possibilidade de presidir ao Eurogrupo, mas garante que esse cenário não está em cima da mesa.

Numa entrevista publicada pelo Expresso este sábado, 27 de Maio, Centeno diz que é "natural" que o cenário se coloque dada a grande atençao dada à experiência portuguesa de "tornar virtuoso um ciclo político e económico que não estava a ser," um reconhecimento, diz, que até o ministro germânico Wolfgang Schäuble faz.

"É evidente que não fecho a porta ao Eurogrupo nem seria responsável da minha parte fazê-lo," afirma, salvaguardando que a questãoo não se coloca de momento, tal como não se coloca a possibilidade de sair do Governo para ocupar o cargo a tempo inteiro.

Na semana em que Portugal teve recomendação da Comissão Europeia para sair do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE), Centeno reconhece mérito ao anterior Governo, mas diz que o "país não tinha saído do PDE se não tivesse havido este ganho de credibilidade" e se não houvesse uma "transformação económica muito significativa" na confiança na economia.

"Havia uma grande suspeita sobre a capacidade de Portugal cumprir" a redução do défice, admite, dizendo-se ainda apostado na redução da dívida pública e acreditando que é "totalmente possível" uma revisão em alta do rating de Portugal depois do Verão.

Para 2018, promete continuar no caminho de recuperar rendimentos, aliviar carga fiscal e repor níveis de serviço público, acrescentando que "o Estado tem de viver numa restrição realista, tem de melhorar a forma como faz a despesa."

Em relação às negociações em curso com o Bloco de Esquerda e com o PCP, defende que há margem negocial para com os parceiros parlamentares, e que a negociação para o Orçamento do Estado de 2018 é muito mais informada.

"Há uma má interpretação de que a esquerda é menos responsável a debater questões orçamentais, não tenho nada essa visão," acrescenta, frisando ainda que a revisão de escalões no IRSé "uma possibilidade muito realista."

No sector financeiro, não revela qual o plano B para o caso de falhar a troca de dívida do Novo Banco e diz haver discussões em curso com Bruxelas sobre uma solução para o malparado na banca portuguesa. Quanto à situaçãoo do Montepio, assegura que "está controlada do lado dos aforradores e depositantes."

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