Mais de metade dos catalães teme os efeitos do processo para a independência da região. O plano de Artur Mas, presidente do governo da Catalunha, de alcançar a independência da região em 18 meses gera receios em quase 53% dos catalães inquiridos, de acordo com uma sondagem realizada para o jornal espanhol La Vanguardia. As preocupações são em relação à recuperação económica e ao investimento estrangeiro. Este inquérito revela ainda que, 39% das pessoas que responderam, descarta que a autonomia da região possa ter um impacto negativo durante a transição para a independência.

As mulheres são quem manifesta mais receios, bem como, os jovens entre os 18 e os 24 anos. Por outro lado, de acordo com esta publicação, é na faixa etária entre os 35 anos e 44 anos que residem as opiniões mais optimistas e que descartam efeitos negativos.

No final de Novembro, num comício em Barcelona, o responsável anunciou que só antecipará as eleições regionais – previstas para 2016 - se estas serviram para fazer aquilo "que o Estado não nos deixa fazer", ou seja, aclarar se os catalães querem, ou não, a independência da Catalunha. Para o conseguir, considera imprescindível a constituição de uma lista única, formada por partidos favoráveis à independência. O político defendeu que, se os partidos soberanistas alcançarem uma maioria absoluta, terão legitimidade para declarar a independência da Catalunha nos 18 meses seguintes ao acto eleitoral, que assumiria também a forma de consulta popular à independência.

Por outro lado, esta sondagem publicada esta domingo, 7 de Dezembro, mostra ainda que a independência como hipótese tornada realidade não cria receios, no que diz respeito ao impacto económico, à maioria dos catalães. Aliás, 43% dos inquiridos acredita que o nível de vida seria melhor numa Catalunha independente e perto de 26% acredita que fosse igual.

Quanto à celebração de uma consulta popular para aferir se a maioria da população é favorável, ou não, à independência, quase 84% dos inquiridos mostra-se favorável à realização deste inquérito. Em Maio deste ano, 74% mostrava-se favorável à realização desta consulta.