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Regling alerta que a Grécia não deve esperar uma redução significativa da dívida

O líder do Mecanismo Europeu de Estabilidade alerta que a Grécia não deve esperar ter uma redução substancial da dívida. Regling defende que as condições dos empréstimos do país são das mais generosas "na história mundial".

Bruno Simão/Negócios
Negócios 01 de Outubro de 2015 às 17:44
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Para Klaus Regling (na foto), presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade, a Grécia não deve esperar vir a ter um alívio substancial na sua dívida, até porque, e de acordo com uma entrevista ao Financial Times, não é isso que é necessário para revitalizar a economia helénica.

O responsável apontou que "o governo grego percebe que não vai haver um ‘haircut’ nominal na dívida – e por boas razões". Klaus Regling considera mesmo que Atenas beneficia já de condições, em termos de empréstimos, das mais generosas concedidas "na história mundial".

Alexis Tsipras foi reeleito em Setembro para o cargo de primeiro-ministro e, para Regling, os partidos políticos gregos estarão a diminuir as suas diferenças numa altura em que se preparam para retomar as negociações sobre um possível alívio da dívida mais para o final do ano. No âmbito do acordo alcançado em Julho, os credores de Atenas concordaram em reabrir as negociações relativas à dívida como parte da revisão trimestral ao programa de resgate, algo que deverá ter lugar no início do próximo mês.

Na sequência desta possibilidade, o Financial Times explica que o Mecanismo Europeu de Estabilidade pode vir a desempenhar um papel importante nestas negociações, uma vez que terá 60% da dívida helénica quando o novo programa de resgate a Atenas, no valor de 86 mil milhões de euros, terminar. Ainda de acordo com a mesma fonte, ainda que Regling saiba que o acordo de Julho vai levar a algum tipo de alívio na dívida grega, o responsável rejeita que haja a necessidade uma redução significativa.

Em Julho, o Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu que a Grécia precisava de um alívio de dívida, tendo surgido sinais naquela altura que indicavam que o Fundo acreditava que o país precisava uma extensão nas maturidades da sua dívida como um período de carência de 30 anos.

"Podemos olhar para isso, mas parece desnecessário que seja um período tão longo", defendeu Regling. "E várias variáveis mudam a todo o momento – incluindo as percepções sobre o crescimento que, claro, são em função de quão rapidamente as reformas são implementadas", acrescentou, de acordo com o FT.

EUA mais receptivos a um alívio da dívida grega do que Europa

Em visita aos Estados Unidos da América, Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, considera que os EUA estão mais receptivos a um alívio da dívida helénica do que os países europeus.

"O Governo grego encontrou mais abertura aqui [nos Estados Unidos] do que em Bruxelas para a necessidade de ser encontrada uma resolução justa para a crise e a necessária redução da insuportável e insustentável dívida pública que acumulámos todos estes anos", disse Alexis Tsipras em Nova Iorque, no quinto dia de visita aos Estados Unidos.

 

Citado pelo jornal grego Kathimerini, o primeiro-ministro grego afirmou que o seu país "tem sido vítima das escolhas que originaram uma erosão gradual da soberania da Grécia e um aumento do endividamento, que resultaram na obrigatoriedade de tomarmos medidas que enfraqueceram a base produtiva e a economia".

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