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Portugueses na Alemanha destacam faceta "humana" e "poderosa" de Merkel perante crise de refugiados

A atitude de Angela Merkel perante a crise dos refugiados é elogiada por portugueses residentes na Alemanha que, numa altura em que se assinala o 10.º aniversário de Merkel à frente do Governo alemão, classificaram a chanceler como "humana" e "poderosa". 

Angela Merkel
22 de Novembro de 2015 às 09:30
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"Ela é uma mulher poderosa e não é tão fria quanto as pessoas dizem. Acabou por se mostrar humana na recepção aos refugiados", disse à Lusa Cecília Loureiro, psicóloga de 56 anos a viver na Alemanha há cerca de um ano, sobre a entrada na Europa de milhares de migrantes provenientes de países em conflito, como a Síria ou o Afeganistão.  

 

Cecília Loureiro diz que a mudança para a Alemanha influenciou a sua opinião relativamente à chanceler: "Antes encarava Angela Merkel como uma mulher que tinha de ter comportamentos masculinos para conseguir sobreviver no mundo da política. Agora vejo-a como mulher, emocional e sensível".    

 

Alfredo Stoffel, que reside na Alemanha há 38 anos, elogiou a posição de Merkel frente à crise de refugiados na Alemanha, mas referiu que "os alemães ainda não estavam preparados para ser tão abertos". 

 

"Merkel não contou com as reticências dentro do próprio partido. Ela quis fazer frente à Baviera e, neste momento, está a erguer-se uma barreira contra ela", avaliou Stoffel, conselheiro para as Comunidades Portuguesas na Alemanha, referindo-se aos comentários negativos que a chanceler alemã tem recebido por parte de membros da coligação que integra o governo, a União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã (CSU) da Baviera.

 

Carlos Santos, director financeiro do Hotel Pestana Berlim, também enalteceu a postura da chanceler alemã perante o grande fluxo de migrantes na Europa, mostrando "visão", apesar de ter criado "muitos anti-corpos".

 

"Ela conseguiu ver para além do curto prazo e percebeu que os refugiados trazem muitas crianças que amanhã serão falantes de alemão, altamente qualificadas e a mão-de-obra que ela tanto precisa no país", acrescentou Carlos Santos, a viver em Berlim há mais de quatro anos.

 

A postura de Angela Merkel perante a recessão económica na Europa e a aplicação de medidas de austeridade em Portugal mostrou que a chanceler "zelou pelo bem dos alemães e lutou pela Alemanha", defende Susana Rodrigues, licenciada em Educação.

 

Já António Nascimento disse sentir-se "entristecido" com a falta de abertura do governo alemão relativamente ao alívio da dívida pública em países como a Grécia e Portugal, acrescentando que Portugal não pode continuar a ser "o sítio onde as três ou quatro grandes potências da Europa vão passar férias".    

 

Carlos Santos comparou a queda do Executivo português com uma situação semelhante na Alemanha, depois das eleições de 2013 em que "Merkel não ganhou maioria absoluta por um deputado e acabou por se juntar ao SPD", referindo-se a um acordo de coligação entre a CDU e o partido social-democrata, maior rival dos democratas-cristãos, partido da chanceler.

 

O português de 52 anos, concluiu que Angela Merkel reflecte a forma como a política é encarada na Alemanha: "Aqui as pessoas sabem que não basta parecer sério, têm mesmo de ser". 

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