Pierre Moscovicci (na foto, à direita), ministro francês das Finanças, afirmou que Portugal pode necessitar de um plano “cautelar” para a saída do programa de ajustamento acordado com a troika, que termina em Maio deste ano.

“Estamos a discutir isso no Eurogrupo”, disse em entrevista à Bloomberg, em Davos, na Suiça, onde se encontra a participar no Fórum Económico Mundial. O responsável francês reconhece, no entanto, que "Portugal fez esforços enormes, está a ter um bom desempenho, e a questão é saber como vão regressar aos mercados". 

Já o plano da Grécia deverá permanecer inalterado, disse, referindo também que o Parlamento Europeu deve abster-se de alterar o plano de resolução bancária acordado em Dezembro.

“O Parlamento Europeu pode melhorar o mecanismo mas temos de nos aproximar daquilo que o conselho estabeleceu”, afirmou, destacando que o acordo entre os ministros das Finanças presentes no Conselho Europeu fora “difícil” de obter e não pode ser totalmente reescrito.

Sobre a evolução da economia na Zona Euro, Moscovicci admite que, em apenas um ano, muito mudou. "Se olharmos para a Zona Euro, há um ano, a questão era saber se a Grécia sairia, e a Grécia não saiu; se Chipre entrava em 'default', não entrou e tem o seu programa em curso; se Espanha ia ter um resgate, não teve e está a ter um bom desempenho", afirma o governante francês, acrescentando também que a Irlanda regressou aos mercados e que Portugal o fará em breve.

"A Zona Euro ganhou estabilidade e agora tem de recriar o sentido de crescimento, e fazer os esforços necessários para aqueles países que fizeram grandes reformas", conclui o ministro. 

(notícia actualizada às 13:37)