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Moscovici: "Podemos aproximar-nos, mas devemos respeitar as regras". Itália já respondeu

Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, frisou que quer dialogar com Itália. Mas manteve que as regras são para cumprir. Em resposta às previsões, o Governo italiano acusa a Comissão de "falha técnica".

Reuters
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"A Comissão não é insensível. Podemos aproximar-nos, mas devemos respeitar as regras. A Comissão não pode fazer de outra forma, não deve fazer de outra forma e as pessoas não compreenderiam se fizesse de outra forma", disse Pierre Moscovici, esta quinta-feira, 8 de Novembro, na conferência de apresentação das Previsões de Outono da Comissão Europeia, quando defendia as regras orçamentais do euro, perante uma pergunta sobre a situação de Itália.

Nas Previsões de Outono, a Comissão Europeia antecipa um crescimento mais débil para a economia italiana, mais défice orçamental, e mais dívida pública, do que a esperada pelo ministro das Finanças Giovanni Tria.

Perante as diferenças, Moscovici sublinhou que Bruxelas aplica exactamente as mesmas regras e metodologia a Itália do que as aplicadas aos outros Estados-membros e notou que o diálogo, embora seja "a boa solução", não pode ser o caminho para deixar de respeitar as regras - mesmo que seja verdade que estas até precisem de ser simplificadas. "A flexibilidade e a inteligência não implicam não respeitar as regras", frisou.

"Sim, as regras devem ser simplificadas, mas isso não quer dizer eliminadas, negligenciadas", defendeu Moscovici. "As regras não são obscuras, não são estúpidas", argumentou. "Uma economia que se endivida é uma economia que se empobrece", explicou.

Sobre o encontro marcado para amanhã entre Mário Centeno, enquanto presidente do Eurogrupo, e o ministro das Finanças italiano, em Roma, Moscovici mostrou-se confiante. O comissário notou que Centeno vai levar "uma mensagem muito clara" e frisou: "os ministros das Finanças do euro apoiam todos a Comissão." Ou seja, "a Comissão não está sozinha, não é uma burocracia", sublinhou ainda, lembrando que representa a vontade dos ministros das Finanças, eleitos pelo povo dos vários países.

Sobre o conjunto da Zona Euro, Moscovici aproveitou para destacar como o défice ficará abaixo de 1% do PIB durante todo o horizonte de projecção e como a economia tem tido um abrandamento suave, ainda com uma forte criação de emprego. Contudo, deixou um aviso: "Há muitos riscos. É muito importante que os políticos tanto aqui em Bruxelas, como a nível nacional, se preparem para lidar com o que quer que o futuro nos traga."

Tria acusa Comissão de "falha técnica"

O ministro das Finanças italiano já reagiu às previsões da Comissão Europeia. Em comunicado, Giovanni Tria acusa Bruxelas de "falha técnica" por causa de uma análise "não atenta e parcial" da proposta do Orçamento do Estado para 2019 de Itália, "apesar das informações e dos esclarecimentos fornecidos" pelas autoridades nacionais.

O ministro italiano garante que, apesar desta "falha técnica", manterá o diálogo com as instituições europeias. Esta sexta-feira, dia 8 de Novembro, Tria vai encontrar-se com o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, que depois irá reunir-se também com o primeiro-ministro, Giuseppe Conte.

No final do comunicado, Giovanni Tria reitera o compromisso com um défice de 2,4% do PIB em 2019 (Bruxelas prevê 2,9%), aquele que foi aprovado pelo Parlamento italiano.

(Notícia actualizada às 12h55 com a reacção do Governo italiano)
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