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Itália promete continuar a cortar na despesa

Saccomanni revela que pretende gerar crescimento através do alívio da carga fiscal nas empresas em dificuldades e do corte nas gorduras do Estado.

Bloomberg
08 de Agosto de 2013 às 18:54
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Em entrevista ao The Wall Street Journal, o ministro da Economia e Finanças italiano e antigo governador do Banco Central de Itália, Fabrizio Saccomanni, apoiou-se nos dados positivos divulgados pelo Instituo de Estatística Italiano (Istat), que refere um decréscimo de 0,2% no PIB (os economistas antecipava uma queda de 0,4%), assegurando que os cortes na despesa “são para continuar”.

 

Saccomanni revelou que o Governo pretende nomear, em Outubro, um comissário especial e um comité permanente, composto por membros do Banco de Itália, do Istat e outros ministérios, encarregados de fazer novos cortes na despesa do orçamento italiano. Mais medidas de cariz económico estão na calha, garante o ministro, como, por exemplo, os fundos estatais, já utilizados por este governo para apoiar as pequenas e médias empresas.

 

Apreensivo com a crise politico-judicial, iniciada com a condenação de Silvio Berlusconi, antigo primeiro-ministro de Itália, pelo caso Mediaset, que paira sobre Roma, Saccomanni avisa que “não é uma tendência positiva que nos levará para os níveis do período pré-crise”. Sublinha, contudo, que “há um número de indicadores, desde as receitas de impostos à confiança na economia, que vão no sentido positivo”.

 

Mesmo assim, não deixa de avisar que seria “muito penoso” uma crise política que precipitasse “eleições antecipadas sem que estejam concretizados maiores progressos nas reformas em curso”. Na perspectiva do ministro, se este Governo aguentar até ao final da presidência italiana do Conselho da União Europeia (segundo semestre de 2014), conseguirá que “as reformas planeadas sejam cumpridas”.

 

A economia italiana, terceira maior da zona euro, tem sido das mais prejudicadas desde o início da crise financeira em 2007. No período entre 2007 e 2012 a economia contraiu 7%. Desde que o governo de Enrico Letta, primeiro-ministro italiano, assumiu funções, tem apostado em medidas de corte de gorduras do Estado, apoio ao investimento e combate à fraude fiscal.

 

Recentrando a importância das medidas a aplicar no sentido da redução da despesa do estado e dos impostos sobre as empresas – um dos mais elevados na UE - o ministro referiu, a título de exemplo, que as despesas anuais na área da saúde estão actualmente a crescer um ritmo de 1%, contra os históricos 7%.

 

O antigo Governador do Banco Central italiano demonstrou estar optimista quanto à União Bancária, processo que, espera, deverá ser agilizado logo após as eleições alemãs, a realizar no próximo mês de Setembro. Saccomanni acredita “que todos os países da União Europeia estão convencidos da necessidade [deste processo ter] de ser concretizado”, caso contrário estaríamos defronte de mais “um mau sinal para a credibilidade da Europa e do seu sistema bancário”.

 

Quanto à latente crise política italiana que permanece em lume brando, pelo menos até Setembro, o jornal La Repubblica noticia esta quinta-feira que homens “próximos de Berlusconi exigem respeito pelo PdL ou o Governo fica em risco”. O presidente dos senadores do PdL, Renato Schifani, instou o PD, partido líder da grande coligação no Governo, para “parar as provocações e assumir as suas responsabilidades perante todos os italianos”. Letta prefere não responder directamente aos seus, simultaneamente, colegas de coligação e adversários políticos e opta por continuar a afirmar que o “Governo está determinadíssimo”.

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