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Grécia: bolsa cai e juros sobem com ausência de acordo e impasse na dívida

Depois de esta madrugada os credores da Grécia não terem chegado a acordo sobre medidas para aliviar o fardo da dívida pública helénica, neste início de tarde a bolsa e os juros do país estão no vermelho. FMI pede maior realismo aos parceiros do euro.

33 Grécia
23 de Maio de 2017 às 13:28
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O principal índice bolsista grego (FTASE) está a cair 0,85% para mínimos de 9 de Maio e os juros da dívida pública helénica com prazo a 10 anos sobem 12,6 pontos base para 5,778%, estando assim em máximos também de dia 9.

 

O comportamento da bolsa e da dívida grega nesta terça-feira, 23 de Maio, é o reflexo de mais um encontro inconclusivo dos ministros das Finanças da Zona Euro que, após mais de sete horas de conversações que se prolongaram madrugada dentro, não chegaram a um acordo global para aliviar a dívida pública helénica e desembolsar a segunda tranche prevista no memorando de entendimento grego.

 

Apesar de tanto Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, como Euclid Tsakalotos, ministro grego das Finanças, se terem mostrado confiantes, no final da reunião que decorreu ontem em Bruxelas, chegar a acordo na próxima cimeira dos ministros das Finanças do bloco do euro - que decorre dentro de três semanas -, os mercados reagiram negativamente a mais um adiamento.

 

A bloquear as negociações esteve o pedido do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que os países contraparte da Grécia na Zona Euro apresentassem detalhes sobre um programa para o alívio da dívida pública helénica, que o Fundo considera insustentável.

 

Mas embora a Alemanha continue a considerar imprescindível que o FMI integre a parte financeira do programa de assistência financeira à Grécia, acordado no Verão de 2015, a instituição sediada em Washington pretende que os parceiros europeus sejam mais concretos em relação ao alívio da dívida.

 

Um ponto de fricção, já que Berlim não considera oportuno discutir nesta altura o alívio da dívida grega, pelo que antes das eleições legislativas germânicas de Setembro não deverá haver grandes novidades em relação a este tema.

 

Poul Thomsen, director do FMI para a Europa, admitiu depois da reunião que foram alcançados progressos – referindo-se em concreto ao pacote de medidas de austeridade (pensões e reforça fiscal) aprovados na semana passada pelo parlamento grego – mas insistiu que ainda falta percorrer caminho para que o Fundo participe no resgate grego em curso.

 

"É o tipo de programa que o FMI pode apoiar", disse Thomsen que, citado pela Reuters, garante ser "necessário maior realismo" relativamente às metas demasiado ambiciosas exigidas a Atenas, designadamente depois de 2018, data para o termo do memorando grego.

 

A Zona Euro e o FMI terão acordado esta segunda-feira que a Grécia deverá alcançar excedentes primários (exclui o pagamento do serviço da dívida) de 3,5% nos cinco anos subsequentes ao término do programa, contudo a Reuters escreve que a dimensão desses excedentes está ainda por definir.

 

Por sua vez, Tsakalotos admitiu que as autoridades helénicas têm de cumprir excedentes primários de 3,5% nos quatro anos após 2018. O FMI considera irrealista que Atenas garanta excedentes primários tão elevados em paralelo com o pagamento dos juros da dívida.

 

O calendário é cada vez mais apertado para a Grécia, uma vez que se aproxima o mês de Julho, altura em que Atenas terá de reembolsar credores cujas obrigações atingem maturidade nessa altura, precisando para tal que, até lá, seja desbloqueada a segunda tranche prevista no programa de assistência financeira, ainda à espera da validação da segunda avaliação ao cumprimento do memorando. 

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